O poderoso chefe do Comité de Relações Exteriores do Senado americano, o democrata Bob Menendez, ameaçou bloquear a venda de armas para a Arábia Saudita, país que acusa de favorecer o Kremlin ao reduzir a produção de petróleo.

"É preciso denunciar a recente decisão do governo da Arábia Saudita de ajudar a apoiar a guerra de Putin (na Ucrânia) por meio do cartel da Opep+", criticou Menendez em comunicado.

A Opep+ reúne os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), incluindo os Emirados Árabes Unidos, liderados pela Arábia Saudita, e outros dez países liderados por Moscovo.

Durante uma reunião na última quarta-feira, a aliança decidiu reduzir drasticamente a produção de petróleo, o que elevou os preços.

Ao recusar-se a aumentar a produção de petróleo, apesar do pedido dos países do ocidente, a Opep+ foi acusada pelos Estados Unidos de apoiar Moscovo, que tem interesse em manter os preços altos para financiar a guerra na Ucrânia.

Em resposta, Menendez pediu aos Estados Unidos que congelem imediatamente "todos os aspectos da nossa cooperação com a Arábia Saudita, incluindo a venda de armas".

"Como chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado, não autorizarei qualquer cooperação com Riade até que o reino reavalie a sua posição sobre a guerra na Ucrânia", anunciou. "Já basta", disse.

A decisão da Opep+ também é um golpe diplomático contra Joe Biden.

O presidente norte-americano viajou para Jidá, na Arábia Saudita, em julho para uma visita oficial na qual cumprimentou o príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, apesar das críticas de ativistas de direitos humanos.