A ONG descreve um "estado inquietante para a liberdade de informação", no dia do oitavo aniversário da revolta que pôs fim ao regime autoritário de Mouammar Kadhafi no país, capturado e morto oito meses mais tarde.
"A situação da liberdade de informação é dramática", denunciou a RSF num comunicado que é coassinado com o centro líbio para a liberdade de imprensa (LCFP).
Pelo menos 19 jornalistas foram mortos desde 2011, segundo o texto. O último, Mohamed Ben Khalifa, era colaborador da agência Associated Press (AP), e foi morto a 19 janeiro quando fazia a cobertura dos confrontos entre milícias em Tripoli, recordam as duas organizações.
A Repórteres Sem Fronteiras faz referência a "muitos casos de desaparecimentos, raptos e de tortura" este ano e denunciou "a impunidade total" de que gozam os autores destas ações contra os jornalistas e os média.
Hoje, duas autoridades disputam o poder na Líbia, um país rico em petróleo: O Governo de União Nacional (GNA), estabelecido no fim de 2015 por um acordo que teve a chancela da ONU, e baseado em Tripoli, enquanto uma autoridade rival se instalou no este do país, controlada pela Armada Nacional Líbia (ANL) autoproclamada pelo marchal Khalifa Haftar.
O país é igualmente devastado pelas lutas de influência entre as numerosas milícias e tribos para controlar os recursos da Líbia.
"Informar tornou-se uma missão quase impossível, face à diversidade de autoridades e de milícias", a oeste e este da Líbia "a procurarem silenciar jornalistas", refere a RSF.
A ONG denuncia também os obstáculos administrativos e as "demoras intermináveis" para obter e renovar vistos ou acreditações, o que constitui outro entrave ao trabalho dos jornalistas.
A Líbia figura em 162º lugar numa lista de 180 países classificados em 2018 sobre o nível de implementação da liberdade de imprensa pela RSF.
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