À Lusa, o gabinete de comunicação da Infraestruturas de Portugal (IP) indicou que a empresa vai apresentar às autoridades de investigação competentes um auto de notícia, contra desconhecidos, para apurar as causas do incêndio que deflagrou esta madrugada por volta das 03:30 e que, segundo, os Sapadores do Porto, consumiu parte do interior e da cobertura do edifício.

A mesma fonte, referiu que, neste momento, a IP está ainda a avaliar a extensão dos danos causados pelas chamas.

Entretanto, em resposta à Lusa, a IP esclareceu que, após levantar auto de notícia na sequência do incêndio de "origem desconhecida", poderá "verificar-se a apresentação de uma queixa crime contra desconhecidos".

A empresa refere ainda que "no local têm ocorrido algumas ocupações ilegais estando a IP a trabalhar em articulação com a Polícia Municipal e o Serviço de Limpeza da Câmara Municipal do Porto com vista a uma nova intervenção no terreno, com emparedamento de vãos e encerramento de portões, com o objetivo de regularizar a situação causada por essas mesmas ocupações".

Na sequência do incêndio desta madrugada, o Movimento por um jardim na Boavista instou as autoridades a investigar as causas e os responsáveis pelo incêndio "criminoso", estranhando a coincidência de o fogo ter acontecido "praticamente a seguir" à publicação de uma notícia que dava conta que estava ainda pendente o pedido de classificação da estação como imóvel de interesse municipal, "e num momento em que o edifício sofre uma enorme pressão para a sua demolição para dar lugar a um espaço comercial".

"Tendo em conta as condições climáticas que afetam o Porto presentemente, o Movimento só pode suspeitar que o incêndio foi uma consequência de fogo posto", assinala o grupo de cidadãos, em comunicado.

Na quinta-feira, numa nota enviada às redações, o movimento mostrava-se ainda preocupado com a aprovação "contraditória" do Pedido de Informação Prévia (PIP) relativo ao projeto da cadeia espanhola sem haver ainda uma resposta ao pedido de reversão do negócio que a própria autarquia enviou ao ministério responsável.

Para os terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista estão previstos, além de um grande armazém comercial, a instalação de um hotel e de um edifício de habitação comércio e serviços, cujo PIP foi aprovado pelo município em outubro.

Até ao momento, a cadeia espanhola pagou à IP, proprietária do terreno, 18,7 milhões de euros.

O projeto da cadeia espanhola para a antiga estação ferroviária tem sido alvo de contestação, tendo levado, em junho, um grupo de cerca de 60 personalidades ligadas à academia e ao património ferroviário a pedir a classificação municipal da antiga estação ferroviária da Boavista, depois de a Direção-Geral do Património Cultural ter arquivado o pedido nacional.

Em declarações à Lusa, esta manhã, o comandante dos Sapadores do Porto, Carlos Marques, indicou que apesar de o combate às chamas ter sido "relativamente fácil", foi necessário o recurso a meios elevatórios, nomeadamente à autoescada, mas a integridade do edifício não foi, contudo, comprometida.

No local estiveram ainda presentes o piquete da Proteção Civil e a PSP, a quem cabe inicialmente investigar as causas do incêndio, tendo sido acionada Divisão Investigação Criminal (DIC) para recolher elementos.

De acordo com a PSP, à partida, não há suspeitas de crime.

(Artigo atualizado às 15:37)

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