"A recapitalização de 2016 foi feita muito acima das necessidades", disse Eduardo Paz Ferreira na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, na Assembleia da República, em Lisboa.
O também anterior presidente da comissão de auditoria do banco público acrescentou que "a opção do Governo foi criar condições para ter uma situação boa, para que se permitisse apresentar lucros".
Eduardo Paz Ferreira considerou ainda que as imparidades da CGD "estariam muito longe dos cinco mil milhões" que rondaram a recapitalização da Caixa.
No entanto, o antigo responsável considerou que a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DGComp) "fez exigências manifestamente excessivas ao Estado português", para que a recapitalização do banco público não fosse considerada uma ajuda de Estado.
Em 24 de agosto de 2016 foi noticiado o acordo entre Bruxelas e Lisboa para uma recapitalização da CGD de quase 5.000 milhões de euros.
Assim, nos meses seguintes, o Estado injetou diretamente 2.500 milhões de euros e o banco público foi recapitalizado ainda com 500 milhões de euros decorrentes da transferência de ações da ParCaixa e mais 945 milhões da conversão em capital dos ‘CoCo’s’ de 2012 (incluindo juros).
O banco público emitiu ainda, nos 18 meses seguintes, cerca de 1.000 milhões de euros em dívida subordinada colocada junto de investidores institucionais privados, uma operação negociada com Bruxelas para que a recapitalização não fosse considerada ajuda de Estado.
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