Segundo o INSA, esta alteração vai ao encontro das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), no sentido da adaptação dos sistemas de vigilância da gripe à vigilância epidemiológica da doença causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (covid-19).
Reativado na semana de 28 de setembro a 4 de outubro, o Programa Nacional de Vigilância da Gripe para a época 2020/21 visa “estimar a incidência e intensidade da epidemia de gripe, assim como identificar e caracterizar os vírus da gripe em circulação”, adianta o INSA em comunicado publicado no seu ‘site’.
Até à época passada, o sistema de vigilância da gripe em Portugal era constituído por quatro redes-sentinela (Rede Médicos-Sentinela, Rede de Serviços de Urgência, Rede de Serviços de Obstetrícia e Rede de Unidades de Cuidados Intensivos) e por uma Rede não-sentinela (Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe), mas este ano será reforçado com nova rede sentinela: a Rede de Áreas de Atendimento Dedicados aos Doentes Respiratórios.
Segundo o Plano da Saúde para o outono-inverno 2010/21, que funcionará na dependência do Ministério da Saúde, as atuais Áreas Dedicadas à covid-19 serão adaptadas em Áreas Dedicadas aos Doentes Respiratórios (ADR), quer nas unidades de cuidados de saúde primários, quer nos serviços de urgência dos hospitais, onde serão abordados todos os doentes com quadros respiratórios agudos de provável etiologia infecciosa, com critérios clínicos de gravidade que exijam a avaliação presencial.
“As infraestruturas das Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios são críticas para o sucesso deste modelo, onde é imprescindível assegurar o distanciamento físico entre utentes e o atendimento em segurança, por profissionais de saúde treinados e com a disponibilização e utilização adequada dos EPI [equipamentos de proteção individual]”, refere o plano das autoridades de saúde.
Para reduzir as deslocações das pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19 entre as unidades de saúde, estão em implementação medidas para dotar as ADR com pontos de colheita de amostras adequadas para a realização de testes laboratoriais
Coordenado pelo INSA, o PNVG tem como principais objetivos identificar os vírus da gripe e outros vírus respiratórios em circulação no território nacional, assim como monitorizar a evolução da atividade epidémica da gripe e caracterizar genética e antigenicamente os vírus da gripe.
As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infecciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.
Parte da informação resultante desta vigilância é publicada semanalmente no Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, sendo que o primeiro boletim publicado no dia 8 de outubro.
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