A desclassificação do relatório, noticiada pelo jornal Público, foi confirmada à Lusa pelo ministério da Defesa Nacional que referiu que a IGDN “decidiu agora desclassificar o documento, atendendo a que esta classificação estaria sempre sujeita a limitação pelo ‘tempo estritamente necessário'”.
A tutela “acompanhou esta desclassificação, nos termos e prazos que a IGDN considerou serem os mais adequados”, acrescenta o Ministério da Defesa.
Em causa está a divulgação de um relatório classificado como confidencial, produzido para averiguar todos os procedimentos adotados na requalificação do antigo Hospital Militar de Belém (Lisboa), enviado à Assembleia da República e que foi, entretanto, divulgado por alguns órgãos de comunicação social.
Em abril, a rádio TSF noticiou que o relatório da auditoria pedida pelo ministério à derrapagem do custo da requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, feita pela Inspeção-Geral da Defesa Nacional, concluiu que “os atos e procedimentos administrativos e financeiros auditados denotam inconformidades legais”.
De acordo com o texto citado pela TSF verificou-se também “falta de evidência do pedido expresso à tutela para autorizar a despesa (…) e consequente ausência de competência por parte do Diretor-geral da DGRDN [Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional] para autorizar a despesa, escolher as entidades a convidar, aprovar as peças do procedimento e decidir a adjudicação”.
No passado dia 23 de fevereiro, o ministro da Defesa justificou a substituição do diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional com as necessidades de “olhar e abordagens novos” e negou tratar-se de uma exoneração do anterior responsável, Alberto Coelho.
Em outubro de 2020, Gomes Cravinho adiantou, no parlamento, que tinha pedido à Inspeção-geral de Defesa Nacional uma auditoria à derrapagem do custo da requalificação do antigo Hospital Militar de Belém e admitiu que desta seriam retiradas as “devidas consequências”.
Em meados de agosto de 2020, a Associação Salgueiro Maia anunciou que o antigo Hospital Militar de Belém iria ser batizado com o nome do capitão de Abril, e que o equipamento seria cedido por 25 anos à Câmara Municipal de Lisboa (CML) para funcionar como unidade de cuidados continuados integrados.
Na mesma altura, o Diário de Notícias noticiou que aquela unidade hospitalar teve a reabilitação de “três dos cinco pisos para reforço do Serviço Nacional de Saúde no internamento de doentes com covid-19”.
Segundo aquela publicação, o custo total da intervenção foi de 2,6 milhões de euros, mais de três vezes os 750 mil inicialmente estimados.
Em 07 de julho, o ministro da Defesa tinha admitido desclassificar a confidencialidade do relatório sobre a execução dos contratos da requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, acrescentando que iria aguardar pela análise do Tribunal de Contas (TdC) ao documento.
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