"O balanço que fazemos é positivo, mas estamos de alguma maneira tristes na medida em que o Governo [Regional dos Açores] continua a não nos responder à proposta que fizemos em novembro de 2017", disse em declarações à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.

Em causa está a reivindicação de regulamentação imediata das carreiras de inspetor de viação nos Açores, que motivou uma greve de cinco dias (entre segunda-feira e hoje).

Os cinco inspetores-adjuntos, colocados nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Pico, dizem ser "discriminados", porque têm "índices salariais diferentes e carreiras diferentes" dos nove inspetores técnicos, mas na prática exercem as mesmas funções.

Segundo João Decq-Mota, os quatro inspetores-adjuntos ao serviço (um está de baixa médica) aderiram à greve a 100% e alguns inspetores técnicos juntaram-se igualmente ao protesto, o que provocou a paralisação de serviços nas ilhas Terceira e Santa Maria.

"Nem as inspeções propriamente ditas aos autocarros, aos táxis e a empresas de rent-a-car, nem os exames de condução foram realizados em Santa Maria e na Terceira", salientou.

Nas ilhas de São Miguel e Pico os serviços foram "seriamente afetados", com alguns exames de condução cancelados na ilha de São Miguel, fora do concelho de Ponta Delgada.

Na segunda-feira, o sindicato vai reunir-se e estabelecer contactos com os inspetores para marcar "outras formas de luta a curto prazo" e tentar sensibilizar os inspetores técnicos.

"Os trabalhadores, apesar de terem feito esta greve e de terem perdido cinco dias de trabalho, estão dispostos a continuar a luta", salientou João Decq-Mota.

O sindicalista defendeu que a única solução para evitar a discriminação dos inspetores-adjuntos é a criação de uma carreira específica de inspetores de viação na Região Autónoma dos Açores, à semelhança do que já foi feito na Madeira.

"Se não tivesse havido os constrangimentos que houve nestes anos com as carreiras e as progressões congeladas, este problema hoje não se punha, porque eles tinham progredido e poderiam, através da intercomunicabilidade, passar para a carreira de inspetor técnico", frisou.

João Deqc-Mota reiterou que a legislação está "desadequada" e não se adapta aos Açores porque os inspetores técnicos estão a desempenhar funções dos adjuntos e vice-versa e que, se não o fizessem em algumas ilhas, deixariam de ser prestados alguns serviços.

O Governo Regional disse, numa nota de imprensa, após o pré-aviso de greve, a 12 de março, que respeitava as reivindicações dos inspetores-adjuntos, mas defendeu que "tal revisão terá de aguardar pela revisão da carreira de inspetor superior de viação existente a nível nacional".

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