“O Banco Montepio informa que se realizaram esta quinta-feira, dia 16 de janeiro, buscas nas instalações. Mais se informa que, conforme o teor do comunicado publicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), se trata de diligências a propósito de operações de clientes, que reportam a factos ocorridos entre os anos 2011 e 2014”, lê-se no comunicado.
O banco que pertence à Associação Mutualista Montepio Geral indicou ainda que está a colaborar com as autoridades. “A instituição cumpre escrupulosamente os seus deveres de colaboração com as autoridades”, refere.
Em comunicado da Procuradoria-Geral da República é referido que "a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção investiga, além de outros, factos suscetíveis de enquadrar a prática de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada".
Segundo a nota, “estão a ser levadas a efeito, esta quinta-feira, várias diligências para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em instituições bancárias, na sede social de uma associação, em domicílios e em sedes de empresas”.
É ainda salientado que "as diligências incidem sobre um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras, com o propósito de recolha de prova relativamente a operações bancárias realizadas por clientes entre 2011 e 2014, bem como documentação relacionada com estas operações".
De acordo com o comunicado da PGR, o Ministério Público tem a colaboração da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e de peritos e consultores da Administração Tributária e do Banco de Portugal.
O inquérito encontra-se em segredo de justiça, pode ler-se.
Diz a TVI24 que o alvo destas buscas é Tomás Correia, que deixou em dezembro de 2019 o cargo de presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.
Antes de entrar no Montepio, em 2004, Tomás Correia foi administrador da Caixa Geral de Depósitos desde 1996, destacando-se na área internacional do banco.
Entrou no Montepio em 2004 pelas mãos do presidente José da Silva Lopes e assumiu a presidência da mutualista quatro anos depois, na sequência da reforma do presidente.
Desde então manteve-se à frente da mutualista, tendo estado envolvido na separação estatutária entre a Associação Mutualista e a Caixa Económica Montepio Geral, hoje conhecida como Banco Montepio, que gere o negócio bancário.
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