A equipa de investigação desenvolveu e validou duas pontuações para a identificação da asma em adultos.

“Para isso, foram avaliados dados de mais de 700 adultos com e sem asma, de todo o país. Os doentes foram avaliados por um especialista em consulta médica estruturada e meios auxiliares de diagnóstico”, explica, em comunicado, a investigadora Ana Sá Sousa, primeira autora do trabalho.

Os dois questionários de identificação de asma desenvolvidos e agora tornados públicos demonstraram ser boas ferramentas de triagem da asma em adultos, possibilitando também, pela primeira vez, a utilização de pontuações cientificamente robustas em estudos epidemiológicos de asma.

Os questionários são curtos (com seis ou oito questões) e fáceis de usar, sendo o resultado dado pela soma do número de respostas positivas. A performance desta ferramenta tem entusiasmado a comunidade médica, estando já a ser planeados “novos estudos noutras populações, incluindo no sudoeste asiático”, acrescenta João Fonseca, líder da equipa de investigação e especialista em imunoalergologia.

A asma constitui um importante problema de saúde pública a nível mundial, afetando pessoas de todas as idades e apresentando custos avultados para os sistemas de saúde e para os próprios doentes e familiares.

De acordo com o CINTESIS, só em Portugal estima-se que a doença afete 700 mil pessoas e que custe ao Estado cerca de 550 milhões de euros por ano – 929 euros por criança e de 708 euros por adulto -, valores que duplicam quando se fala de doentes com asma não controlada.

Segundo João Fonseca, “embora seja uma doença muito comum e muito estudada, a asma ainda não dispunha de nenhum instrumento de triagem simples e fiável, desenvolvido de forma exigente”.

A falha que este trabalho vem agora colmatar, além de dificultar a identificação de casos de asma, “prejudicava a robustez dos estudos sobre esta doença e estará, até, por detrás de algumas disparidades encontradas entre a prevalência de asma reportadas por diferentes trabalhos”.

Segundo o especialista, “faltava um modelo de classificação válido que permitisse distinguir, de forma simples, as pessoas nas quais a existência de asma é provável, daquelas cuja confirmação da doença requer uma avaliação médica e das que é muito pouco provável terem asma”.

O trabalho onde esta ferramenta é apresentada à comunidade médica internacional foi recentemente publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice – considerada uma das mais importantes revistas científicas na área da alergia.

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