Segundo o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Bahram Ghassemi, o que aconteceu foi um "massacre selvagem de um grande número de palestinianos por forças militares racistas do regime sionista".
Para além do porta-voz, também o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, criticou os "tiranos sionistas que matam manifestantes pacíficos palestinianos, cuja terra foi roubada".
A luta entre milhares de palestinianos na fronteira e os soldados israelitas degenerou na sexta-feira em confrontos com consequências das mais gravosas dos últimos anos. O exército israelita terá matado, pelo menos, 16 palestinianos e deixou 1.400 feridos ao reprimir protestos na Faixa de Gaza.
O Irão critica regularmente a aproximação entre a Arábia Saudita e Israel, acusando Washington de fazer pressões contra Teerão e de criticar o programa nuclear iraniano.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se de emergência na sexta-feira ao final do dia, com alguns membros a sugerirem que Israel deveria garantir o uso proporcional das suas foças militares e outros a pedirem aos manifestantes palestinianos que evitassem a violência, segundo o relato da Associated Press.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se também “profundamente preocupado” com os confrontos na Faixa de Gaza e pediu “uma investigação independente e transparente a estes incidentes.”
Segundo uma nota do seu porta-voz, divulgada na página oficial da ONU, Guterres pede ainda “a todos os envolvidos que se abstenham de qualquer ato que possa causar mais vitimas, em particular quaisquer medidas que possam colocar civis em risco.”
O líder da ONU acredita que “esta tragédia sublinha a necessidade de revitalizar o processo de paz, com o objetivo de criar condições para um regresso das negociações que vão permitir que palestinos e israelitas vivam lado a lado em paz e segurança.”
Na mesma nota, António Guterres volta a afirmar que “a ONU está pronta para ajudar estes esforços.”
O Conselho de Segurança da ONU realizou na sexta-feira à noite uma reunião de emergência sobre o tema, pedida pelo Kuwait, durante o qual o secretário-geral assistente de Assuntos Políticos, Tayé-Brook Zerihoun, avisou que “a situação pode deteriorar-se nos próximos dias.”
Zerihoun disse ainda que “Israel deve cumprir as suas responsabilidades segundo a lei internacional humanitária e de direitos humanos” e que “a força letal deve apenas ser usada como último recurso.”
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