O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Qasemi, denunciou, em comunicado, que o ataque realizado esta madrugada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França ignora “a soberania e a integridade territorial da Síria”.
“Os Estados Unidos e seus aliados são responsáveis pelas consequências regionais dessa ação”, acrescentou o porta-voz.
Segundo o Irão, os EUA, a França e o Reino Unido decidiram bombardear a Síria “sem quaisquer provas” do alegado ataque químico, há poucos dias, na cidade de Duma, arredores de Damasco e sem esperar pelos peritos internacionais que deveriam iniciar hoje uma investigação no terreno.
Teerão, aliada de Damasco, considera que as acusações de ataques químicos foram “uma desculpa” para justificar o ataque militar de hoje.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
O embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antonov, advertiu que este ataque “não ficará sem consequências”.
Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghuta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
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