Josep Borrell "viajará para o Irão amanhã [segunda-feira] pela primeira vez desde que assumiu o cargo [no início de dezembro]. Ele encontrar-se-á com o ministro dos Negócios Estrangeiros [Mohammmad Javad Zarif] e outros altos funcionários de nosso país para consultas", declarou Moussavi em comunicado.

Moussavi não deu mais detalhes sobre a visita de Borrell, incluindo a hora de chegada ou a duração de sua estadia no Irão.

A visita acontece num novo período de tensão entre o Irão e o Ocidente sobre o programa nuclear da República Islâmica.

Borrell anunciou em 24 de janeiro que os Estados que assinaram o acordo nuclear iraniano internacional alcançado em Viena em 2015 tinham concordado em realizar uma reunião de conciliação "em fevereiro" para preservar esse pacto, que está ameaçado desde que os Estados Unidos o denunciaram unilateralmente em 2018.

Todas as partes "reafirmaram a sua determinação em preservar o acordo, que é do interesse de todos", afirmou então.

Em Viena, o Irão concordou em reduzir drasticamente o programa nuclear, para descartar qualquer objetivo militar, em troca do levantamento de parte das sanções internacionais que então sufocavam a economia de Teerão.

Contudo, a saída dos Estados Unidos deste pacto e o restabelecimento e fortalecimento das sanções norte-americanas contra o Irão a partir de 2018 privou a República Islâmica dos benefícios expectáveis contemplados no acordo.

Em resposta a essas sanções, o Irão, cuja economia mergulhou numa recessão violenta, deixou de cumprir desde maio de 2019 vários compromissos importantes que assumira em Viena.

A visita de Borrell insere-se na tentativa europeia de forçar Teerão a voltar à plena aplicação do acordo de Viena.