A tomada de reféns da embaixada dos Estados Unidos prolongou-se por 444 dias e teve como consequência imediata o corte de relações entre Washington e Teerão, uma situação que se mantém até hoje.

As comemorações sobre os acontecimentos de 1979 foram organizadas pelo Governo, tal como ocorre todos os anos. No ano passado, a data não foi assinalada devido à crise sanitária.

O general Hossein Salami, chefe dos Guardas da Revolução, num discurso dirigido aos manifestantes referiu-se “à agressão norte-americana na região” durante as últimas décadas.

“As crianças desta nação enfrentarão com bravura qualquer potência que queira destruir os nossos interesses”, disse o general do corpo paramilitar iraniano.

As relações entre os Estados Unidos e o Irão voltaram a agravar-se após a tomada de posse do Presidente Ebrahim Raissi, em agosto, que promoveu a linha ultraconservadora no aparelho de Estado e numa altura em que as potências mundiais tentam recuperar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.

Em 2018, a anterior Administração norte-americana de Donald Trump abandonou unilateralmente o acordo internacional firmado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Em resposta, o Irão tem levado a cabo processos de enriquecimento de urânio em quantidades próximas das que são requeridas para material bélico e interfere nas inspeções internacionais.

Na quarta-feira, e após vários meses marcados pelo impasse, a União Europeia, o Irão e os Estados Unidos anunciaram conversações, indiretas no caso de Washington, para salvar o tratado e que ficaram marcadas para o dia 29 de novembro, em Viena.

No dia 04 de novembro de 1979, estudantes, apoiados pelos guardas que faziam a segurança do edifício, invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Teerão, durante a administração do democrata Jimmy Carter que permitiu a entrada nos Estados Unidos do Xá Reza Pahlavi, no exílio, para tratamentos médicos contra um cancro.

Alguns membros da embaixada encontraram refúgio na residência do embaixador do Canadá em Teerão, tendo conseguido escapar do país numa operação organizada pelos serviços secretos norte-americanos CIA, episódio foi recordado no filme “Argo”, de 2012.

Os 52 reféns norte-americanos foram libertados em janeiro de 1981, um dia depois da tomada de posse de Ronald Reagan como presidente dos Estados Unidos.

No ano anterior, uma missão das forças especiais dos Estados Unidos para os resgatar tinha fracassado devido à queda dos dois aviões usados na operação.