As declarações de Macron são de “interferência” e serviram para encorajar “pessoas e agressores violentos”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani, em comunicado.
Questionado quarta-feira durante um programa do canal de televisão France 2, o chefe de Estado francês manifestou a sua “admiração” pelas “mulheres” e “jovens” que se têm manifestado desde a morte, em 16 de setembro, da mulher curdo-iraniana de 22 anos, três dias após a sua detenção pela polícia de moralidade em Teerão.
“Muito claramente, a França condena a repressão levada a cabo hoje pelo regime iraniano”, disse.
“Estamos ao lado daqueles que lutam por estes valores”, insistiu, garantindo “defender” e “apoiar” o que “está a acontecer no Irão”.
O Irão considera “surpreendente” que a França condene as forças de segurança iranianas que tiveram de lidar com “pessoas violentas e motins” ao mesmo tempo que ameaçou usar a força em resposta às “greves dos trabalhadores do setor do petróleo e do gás” em França.
“Esta é uma hipocrisia que prova mais uma vez que os direitos humanos, no dicionário de muitos governos ocidentais pretensiosos, não passam de um brinquedo e de uma ferramenta para atingir objetivos políticos e interferir nos assuntos de outros países”, prosseguiu.
A morte de Mahsa Amini provocou a maior onda de protestos no Irão desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina. Mais de 100 pessoas foram mortas e centenas detidas, segundo organizações não governamentais.
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