“Nós não temos nenhuma relação a nível de armamento com o Iémen (…). Rejeitamos a acusação segundo a qual o Irão fornece armas a diferentes grupos [no Médio Oriente] e desmentimo-las veementemente”, afirmou Bahram Ghassemi, citado pela agência de notícias Isna.
A perseguição que o país árabe sofre por parte da coligação internacional contra os rebeldes huthis, liderada pela Arábia Saudita, não permite “essa possibilidade”, sustentou o mesmo responsável, referindo-se ao envio de armas.
“O que hoje está nas mãos do povo iemenita são armas que os governos anteriores tinham”, insistiu o porta-voz, ao assinalar que o Irão é “corajoso” o suficiente para reconhecer se fornece armas a um país.
Por seu lado, o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, afirmou, em declarações à agência oficial IRNA, que Teerão protestou na terça-feira junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra “a perigosa acusação dos norte-americanos”.
“Com estas acusações pretendem ocultar o seu apoio aos bombardeamentos contra o povo iemenita”, disse, aludindo ao apoio de Washington à coligação internacional que intervém no Iémen.
A Arábia Saudita intercetou na terça-feira um novo míssil balístico no sul de Riade e denunciou que a origem do projétil era “iraniano-huthi”.
Pouco depois, os Estados Unidos garantiram na ONU que esse míssil tem o “selo distintivo” do Irão, país contra o qual pediu que fossem tomadas medidas.
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, insistiu que o Irão fornece armas aos rebeldes iemenitas, depois de ter mostrado, na semana passada, restos de um míssil disparado pelos huthis de suposto fabrico iraniano.
Washington acusou, por inúmeras ocasiões, o Irão de ajudar militarmente os insurgentes, sem bem que não mostrou até ao momento qualquer prova.
Após esta denúncia, o ministro da Defesa iraniano, Amir Hatami, revelou que vai apresentar uma ação junto da ONU contra os Estados Unidos para que esclareçam estas acusações e lhe entreguem partes desse míssil.
Este aumento da tensão começou depois de a Arábia Saudita ter acusado, em novembro, o Irão de estar por detrás de outro míssil disparado pelos rebeldes contra Riade.
Os huthis disparam com frequência mísseis contra a Arábia Saudita em resposta à intervenção militar, lançada em 2015 contra eles, depois de os rebeldes terem tomado o controlo de amplas zonas do país.
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