Antes de viajar para Riade, capital da Arábia Saudita, para participar numa cimeira regional que também tem sido promovida pela Liga Árabe, Ebrahim Raisi defendeu uma mensagem comum face ao que considera ser “a questão mais importante do mundo”, aludindo ao conflito entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
O Presidente iraniano destacou que a causa palestiniana está subjacente à criação da OCI.
Raisi explicou que o seu Governo já tinha solicitado há um mês a reunião extraordinária que a Arábia Saudita acolhe hoje e voltou a apontar para os Estados Unidos, considerando que Washington é quem administra a “maquinaria de guerra” de Israel, segundo declarações recolhidas pela agência oficial IRNA.
Para o Presidente do Irão, foram os Estados Unidos que “impediram um cessar-fogo em Gaza” e que procuram “ampliar” os efeitos do conflito para colocar também toda a região em alerta.
O Irão é aliado do Hamas e também do grupo libanês Hezbollah, com quem as forças israelitas trocam ataques quase diariamente, na fronteira libanesa.
Por sua vez, o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, disse hoje que a única forma de parar a guerra na Faixa de Gaza e alcançar a paz no Médio Oriente é através do “estabelecimento de um Estado palestiniano independente”, avançou a EFE.
“Estamos convencidos de que para alcançar a paz e a estabilidade devemos estabelecer um Estado palestiniano”, disse Bin Salman no seu discurso de abertura na cimeira árabe-islâmica, com a participação de dezenas de chefes de Estado árabes e de representantes de países de maioria muçulmana.
A Arábia Saudita, firme defensora da causa palestiniana, defende a solução de dois Estados, que contempla a criação de uma nação palestiniana independente, como principal forma de alcançar a paz, e insiste na implementação desta medida para parar o derramamento de sangue que começou há mais de um mês na Faixa de Gaza.
Neste sentido, o líder saudita apelou também à cessação das operações terrestres e dos bombardeamentos israelitas contra o enclave palestiniano, à libertação dos mais de 200 reféns capturados pelo grupo islâmico Hamas e à implementação de mecanismos para aumentar o fluxo de ajuda humanitária para Gaza.
“Estamos perante uma crise que testemunha o fracasso do Conselho de Segurança e da ONU”, lamentou Bin Salman, que acrescentou que os “dois pesos e duas medidas” da comunidade internacional ocidental face à incessante campanha israelita em Gaza “não permitem alcançar a paz”.
Bin Salman rejeitou ainda a deslocação forçada de habitantes de Gaza do norte do enclave, onde Israel intensificou as suas operações e forçou a saída de mais de um milhão e meio de pessoas.
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