“De acordo com informações na minha posse, o Irão ultrapassou o limite de 300 quilogramas” de urânio pouco enriquecido, declarou Zarif à Isna.
Esta será a primeira vez que Teerão viola um dos seus compromissos em relação ao pacto.
“Anunciámos (a ultrapassagem do limite) antes”, disse Zarif, adiantando que o Irão considera ter o direito de agir deste modo no quadro do acordo.
O porta-voz da Agência de Energia Atómica do Irão (AEAI), Behruz Kamalvandi, já tinha considerado que aquela decisão do Irão procurava “estabelecer um equilíbrio entre as obrigações e os direitos”.
Uma fonte diplomática em Viena, que não quis ser identificada, confirmou à agência France Presse que Teerão ultrapassou as reservas autorizadas de urânio enriquecido.
“Houve uma ultrapassagem”, disse, sem precisar a que nível isso tinha acontecido.
O Irão anunciou a 17 de junho que ultrapassaria a partir de 27 do mesmo mês o limite de 300 quilogramas de reservas de urânio enriquecido a 3,67% determinado pelo acordo de Viena.
O acordo foi assinado entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China – mais a Alemanha). Teerão comprometeu-se a aceitar limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais.
Mas Washington retirou-se unilateralmente do pacto há um ano, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana. Os europeus, a China e a Rússia mantêm o seu compromisso, mas até agora não têm sido capazes de permitir que o Irão beneficie das vantagens económicas com que contava devido às sanções norte-americanas.
Um ano depois dos EUA terem anunciado a saída do acordo, no passado dia 08 de maio, Teerão anunciou que deixaria de respeitar dois dos seus compromissos no âmbito do pacto, renunciando a limitar as suas reservas de água pesada e de urânio enriquecido.
Adiantou que deixaria de respeitar as restrições sobre o grau de enriquecimento de urânio e retomaria o seu projeto de construção de um reator de água pesada em Arak (centro) se os signatários do acordo não conseguissem cumprir os seus compromissos no prazo de 60 dias, que terminam no próximo dia 7.
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