Em causa estão os campos Qayyarah e Najmah, que voltaram ao controlo iraquiano em 2016, mas cujos poços de produção estiveram em chamas depois do recuo do EI.
Durante uma reunião com o administrador-executivo da Sonangol Edson dos Santos, o ministro Jabbar al-Luaibi pediu à petrolífera estatal angolana para “retomar o desenvolvimento nos campos de Qayyarah e Najmah, na província de Nineveh”, segundo um comunicado daquele Ministério, citado hoje pelas agências internacionais.
De acordo com informação do governo iraquiano, a atividade em dois poços pode ser retomada no final de fevereiro, mas nove outros poços ainda estão em chamas, depois de terem sido colocados a arder pelo EI, durante o abandono.
A Lusa noticiou em junho de 2015 que o Estado angolano, através da Sonangol, podia estar em risco de perder quase 300 milhões de euros investidos na atividade da petrolífera no Iraque, conforme autoria independente às contas daquela estatal.
Segundo o relatório da Ernest & Young às contas da Sonangol de 2014, o grupo estatal angolano do setor petrolífero tem atividade naquele país do Médio Oriente, mas face ao “contexto de insegurança existente nos referidos campos”, as operações foram suspensas e a administração decidiu desinvestir na operação.
De acordo com o auditor independente, no documento a que a Lusa teve acesso, em causa está um investimento global de quase 38 mil milhões de kwanzas (293 milhões de euros, à taxa de câmbio de 2015), “relativos a gastos com bónus de assinatura, prémios de adjudicação e custos de exploração e avaliação” em campos detidos no Iraque.
A Sonangol tem licenças para explorar os campos de petróleo Najmah e Qayara desde 2009, mas a insegurança nessas áreas, devido à atividade de grupos armados, afetaram esses investimentos.
A “expectativa” da Sonangol, empresa totalmente detida pelo Estado angolano, passa por “recuperar o referido investimento através da venda do interesse participativo detido”, refere o relatório da Ernest & Young de 2015.
“Presentemente, não temos qualquer evidência que suporte a existência de negociações com potenciais interessados, pelo que, não estamos em condições de concluir quanto à recuperabilidade do montante acima referido”, concluíam então os auditores.
A petrolífera angolana anunciou em fevereiro de 2014 que estava a preparar o fim das suas operações no Iraque devido à insegurança no país, tendo a administração explicado, em conferência de imprensa que, “internamente já está decidido” a saída do país.
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