Na rede social Twitter, Isabel dos Santos questiona se este é "um mero curioso que vive de fofoca", pondo em causa os 715 mil ficheiros dos Luanda Leaks.

No sábado, na rede social Twitter, Rui Pinto fez uma publicação em que questiona quem serão os verdadeiros proprietários da herdade da Torre Bela, no Ribatejo — uma das "maiores propriedades muradas da Europa" — que o hacker sugere ter sido adquirida por José Eduardo dos Santos. Naquela intervenção, faz ainda referência a uma dezena de outras propriedades "na zona do Oeste".

Este domingo, Isabel dos Santos respondeu à publicação: "Engraçado Rui Pinto estar a fazer estas perguntas. Pensei que fosse um hacker com 715 mil documentos. Pelos vistos é um mero curioso que vive de fofoca. E é verdade que lhe vão pagar salário como funcionário público e dar casa?"

Todavia, a empresária angola fez uma referência a informação que circulou na imprensa, mas que já foi desmentida pela Polícia Judiciária: Rui Pinto não foi "contratado" por aquela força policial. Está em liberdade, encontrando-se agora inserido no programa de proteção de testemunhas — que assume as despesas.

Em janeiro de 2019, o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, que lhes terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano através de paraísos fiscais.

Rui Pinto, criador da plataforma Football Leaks e responsável pelo processo Luanda Leaks, em que a Isabel dos Santos é a principal visada, começa a ser julgado em 4 de setembro por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.