No início de junho, a ministra dos Negócios Estrangeiros islandesa, Thórdís Gylfadóttir, afirmou que a situação não permitia que a pequena representação diplomática “funcionasse na Rússia”. O pequeno país nórdico é o primeiro da Europa a tomar esta medida desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022. Reiquiavique faz questão de deixar claro que isso não significa uma rutura nas relações diplomáticas. Desconhece-se ainda uma reação da Rússia à decisão da Islândia.

“Assim que as condições o permitirem, a Islândia dará prioridade ao reinício das atividades da embaixada islandesa em Moscovo”, declarou a diplomacia islandesa num comunicado citado pela agência AFP.

A representação da Islândia passará a ser assegurada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em Reiquiavique. No dia seguinte ao anúncio da Islândia, em junho, Moscovo denunciou uma “ação antirrussa” e prometeu retaliar.

“Teremos em conta esta decisão hostil quando estabelecermos as nossas relações com a Islândia no futuro”, declarou então o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

O país nórdico de 375.000 habitantes tem uma embaixada em Moscovo desde 1944, exceto durante o período 1951-53. A Islândia foi um ponto de encontro simbólico entre o Leste e o Oeste no final da Guerra Fria, com uma cimeira em 1986 entre os então líderes dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e da União Soviética, Mikhail Gorbachev.

A invasão russa da Ucrânia originou sanções ocidentais contra Moscovo e o fornecimento de armamento dos aliados de Kiev às forças armadas ucranianas. Também na sequência da guerra, a Finlândia aderiu à NATO e a Suécia aguarda a ratificação da Turquia para se tornar o 32.º membro da aliança militar do Atlântico Norte.

À semelhança de Portugal, a Islândia foi um dos 12 países fundadores da NATO, em 1949.