“Tenham cuidado com o que dizem e sobretudo com o que fazem”, declarou Benjamin Netanyahu numa conferência em Jerusalém, dirigindo-se ao Hezbollah e ao Estado libanês.
O movimento xiita libanês pró-iraniano acusou o Estado hebreu de um ataque com ‘drones’ (aviões não tripulados) no domingo contra o seu bastião no sul de Beirute. O ataque foi qualificado pelo presidente libanês, Michel Aoun, de “declaração de guerra”.
“Sugiro a (Hassan) Nasrallah que se acalme”, declarou Netanyahu, referindo-se a declarações do líder do Hezbollah no domingo que prometeu uma resposta ao Estado hebreu.
Nasrallah considerou no domingo que o ataque atribuído ao Estado hebreu marca o início de uma nova fase “muito perigosa para o Líbano” na qual Israel utiliza aviões não tripulados armados “a cada dois, três dias”, assegurando que o seu movimento irá “fazer tudo para o impedir”.
Considerado por Israel e pelos Estados Unidos como uma “organização terrorista”, o Hezbollah é um importante ator político no Líbano, parte da coligação governamental. Intervém militarmente na guerra da Síria ao lado do Irão, apoiando o regime de Damasco.
No sábado à noite, Israel anunciou ter bombardeado forças iranianas na Síria e o Hezbollah indicou que um centro do movimento xiita foi afetado, reconhecendo a morte de dois dos seus homens.
Na segunda-feira, Benjamin Netanyahu declarou que Israel está pronto a defender-se “por todos os meios necessários” face ao Irão, que age segundo ele “em várias frentes para realizar ataques contra o Estado de Israel”.
Israel realizou inúmeros ataques nos últimos anos contra o Hezbollah e alvos iranianos na Síria.
O último grande confronto entre o Hezbollah e Israel data de 2006, quando 33 dias de guerra fizeram 1.200 mortos do lado libanês e 160 do lado israelita.
As Nações Unidas apelaram na segunda-feira à “máxima moderação” entre todas as partes após o alegado ataque atribuído a Israel, cuja veracidade a organização ainda não tinha conseguido confirmar, segundo o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
“É imperativo que todos evitem um aumento das tensões e que cumpram as resoluções do Conselho de Segurança”, afirmou.
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