Pelo menos três bombardeamentos atingiram a zona de Meiss el-Jabal, perto da fronteira com a Síria, causando explosões que se fizeram ouvir em grande parte do vale de Bekaa, segundo os meios de comunicação estatais.
A ANN indicou a inexistência de vítimas dos ataques aéreos, embora se tenham registado danos materiais num veículo pertencente à Proteção Civil.
O Vale de Bekaa, um importante bastião do grupo xiita libanês Hezbollah, fica longe da fronteira comum, onde normalmente se concentra o fogo cruzado com Israel, e já tinha sido palco de um ataque seletivo há dois dias.
No sábado passado, outra ação aérea israelita teve como alvo um veículo que circulava nas imediações da localidade de Khiara, na mesma região, onde o Exército israelita assegurou ter matado tanto um membro do movimento islamita palestiniano Hamas como um do grupo sunita libanês Jamaa al-Islamiya.
Em finais de fevereiro deste ano, a aviação israelita bombardeou o Vale de Bekaa pela primeira vez desde o início dos seus confrontos com o Hezbollah, a 08 de outubro do ano passado, e nos últimos meses continuou a atacar a região de forma esporádica.
O fogo cruzado entre as partes está a ser o mais grave desde a guerra que travaram em 2006 e decorre no contexto da guerra israelita contra o Hamas - de que o Hezbollah é aliado – na Faixa de Gaza, entre renovados temores de que o Líbano se torne uma segunda frente do conflito no enclave palestiniano.
Segundo as autoridades israelitas, cerca de 60.000 habitantes do norte do país encontram-se há quase oito meses deslocados; e de acordo com a ONU, mais de 93.000 residentes no sul do Líbano viram-se também obrigados a abandonar as suas casas desde o início dos combates transfronteiriços com Israel, em outubro do ano passado.
Em Israel, estes ataques fizeram pelo menos 23 mortos - 13 militares e 10 civis -, ao passo que do outro lado da fronteira foram mortas mais de 415 pessoas: cerca de 300 combatentes do Hezbollah, 47 membros de outras milícias, um soldado libanês e pelo menos 68 civis, entre os quais dez menores e três jornalistas.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 262.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 37.626 mortos e 86.098 feridos, além de cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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