Os novos bombardeamentos israelitas atingiram paióis na localidade de Ain Manin, a norte da capital síria, tendo-se registado grandes explosões, noticiou a estação televisiva Syria TV, que simpatiza com os rebeldes que derrubaram o Governo do Presidente Bashar al-Assad.
Por seu lado, a organização não-governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido e uma vasta rede de contactos no terreno, confirmou, num comunicado, que caças de Israel realizaram três bombardeamentos a “campos do antigo regime” nessa zona.
Este ataque segue-se a 17 outros bombardeamentos contra alvos semelhantes, incluindo uma base aérea e instalações de armazenamento de mísseis nos arredores de Damasco, efetuados pelos aviões de combate israelitas entre sexta-feira à noite e a madrugada de hoje.
Embora Israel bombardeasse há anos alvos do Exército sírio e dos seus aliados pró-iranianos na Síria, a Força Aérea hebraica destruiu centenas de alvos militares no país árabe desde a queda do regime de Al-Assad.
A sua intenção será impedir que tais infraestruturas e armamento caiam nas mãos dos rebeldes que o derrubaram.
Após a queda de Assad, Israel também destacou o seu Exército na zona desmilitarizada com a Síria.
Na Síria, desde 2011 a braços com uma guerra civil que matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, as hostilidades tinham globalmente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes.
Os rebeldes da vitoriosa coligação islamista Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, em árabe), que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançaram a 27 de novembro na Síria uma ofensiva relâmpago a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971, ano em que o seu pai, Hafez al-Assad tomou o poder através de um golpe de Estado.
Bashar al-Assad, há 24 anos a liderar a Síria, abandonou no domingo o país com a família e pediu asilo político na Rússia.
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