Depois de assassinar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em ataques aéreos em Beirute na semana passada, Israel indicou que está a preparar-s para uma invasão completa do Líbano.

Eis algumas das invasões das últimas décadas selecionadas pela agência Reuters:

1948

O Líbano luta ao lado de outros países árabes contra o novo estado de Israel. Cerca de 100.000 palestinianos que fugiram ou foram expulsos das suas casas no que havia sido a Palestina governada pelos britânicos durante a guerra chegam ao Líbano como refugiados. Líbano e Israel concordam com um armistício em 1949.

1968

Comandos israelitas destroem uma dúzia de aviões de passageiros no aeroporto de Beirute em resposta a um ataque a um avião de Israel por combatentes palestinianos.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) muda-se para o Líbano dois anos depois de serem expulsos da Jordânia, o que leva a mais conflitos na fronteira.

1973

Forças especiais israelitas disfarçadas matam a tiro três líderes palestinianos em Beirute numa retaliação relacionada com a morte de atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972.

Os ataques da Palestina em Israel e as represálias militares por parte de Israel contra alvos no Líbano intensificaram-se durante a década de 1970 e levam muitos libaneses a fugir do sul do país e agravam as tensões sectárias no Líbano, onde a guerra civil também começava.

1978

Israel invade o sul do Líbano e estabelece uma estreita zona de ocupação numa operação contra combatentes da Palestina após um ataque militar perto de Telavive. Israel apoia uma milícia cristã local chamada Exército do Sul do Líbano (SLA).

1982

Israel invade o Líbano até Beirute numa ofensiva que se segue a um tiroteio na fronteira.

Milhares de combatentes palestinianos são evacuados por mar após um cerco sangrento de 10 semanas à capital libanesa, que envolve ​​bombardeamentos pesados a oeste de Beirute.

Centenas de civis nos campos de refugiados da Palestina de Sabra e Shatila são massacrados por milícias cristãs autorizadas a entrar com as tropas israelitas depois que do recém-eleito presidente católico do Líbano ser morto por um carro-bomba.

A Guarda Revolucionária do Irão cria o grupo armado muçulmano xiita Hezbollah no Líbano para combater a invasão de Israel.

1985

Israel retira-se do centro do Líbano em 1983, mas manteve forças no sul. Estabelece uma zona de ocupação formal no sul do Líbano, a cerca de 15 km de profundidade, e controla a área com o aliado SLA (Exército do Sul do Líbano). O Hezbollah trava nesta altura uma guerra de guerra contra Israel.

1993

Israel lança em julho a "Operação Accountability", um ataque de uma semana contra o Líbano. Israel sublinha que o objetivo é atacar diretamente o Hezbollah, para dificultar que o grupo use o sul do Líbano como base para atacar Israel e pressionar o governo libanês a intervir contra o grupo.

1996

Com o Hezbollah a atacar regularmente Israel no sul e a disparar contra o norte de Israel, o país organiza a ofensiva de 17 dias "Operação Vinhas da Ira", que mata mais de 200 pessoas no Líbano, incluindo 102 que morrem quando Israel ataca uma base da ONU perto da vila de Qana, no sul do Líbano.

2000

Israel retira-se do sul do Líbano, após ataques contínuos do Hezbollah a posições militares de Israel em território do Líbano ocupado, e acaba com 22 anos de ocupação.

2006

Em julho, o Hezbollah cruza a fronteira com Israel, rapta dois soldados israelitas e mata outros, dando início a uma guerra de cinco semanas que envolve pesados ​​ataques de Israel tanto em redutos do Hezbollah quanto na infraestrutura nacional.

Enquanto as forças terrestres de Israel se movem para o sul do Líbano, grande parte do conflito é conduzido por ataques aéreos e disparos de mísseis do Hezbollah. Este conflito termina sem que Israel alcance os seus objetivos militares e com o Hezbollah a declarar uma "vitória divina".

Pelo menos 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 158 israelitas, a maioria soldados, são mortos.

2024

A 1 de outubro, o exército de Israel disse que tinha iniciado "ataques terrestres limitados, localizados e direcionados com base em informações precisas" contra as forças do Hezbollah em vilas do sul do Líbano, perto da fronteira, que representam "uma ameaça imediata às comunidades israelitas no norte de Israel".

Dizem ainda que a força aérea e a artilharia estão a apoiar as forças terrestres com "ataques precisos"