“É com grande surpresa e desapontamento que recebemos as recentes notícias de cerca de 40 fotógrafos, professores de fotografia e estudantes, que decidiram se juntar a uma iniciativa amoral que inclui uma promessa de não aceitar convites ou financiamentos profissionais do Estado de Israel e recusar-se a colaborar com Instituições ou projetos culturais israelitas que têm ligações com Israel”, afirma em comunicado.
A embaixada considerou também surpreendente que esse tipo de iniciativa parta de um país como Portugal, que tem “uma democracia que promove os valores do diálogo, dos direitos humanos e da liberdade de expressão, um país que possui excelentes relações bilaterais, políticas, culturais e económicas com o Estado de Israel”.
O Conselheiro da Embaixada de Israel, Raslan Abu Rukun, que assina o comunicado, salienta que este é um dos únicos países do Médio Oriente que tem liberdade de expressão e liberdade de imprensa.
“Israel sempre declarou que está disposto à paz e atuou como tal. Prova disso são os acordos de paz com o Egito e a Jordânia. Sempre esteve pronto para negociar e alcançar conversações de paz com os palestinianos, com base na solução de dois Estados. Infelizmente, os palestinos são aqueles que estão a tentar escapar às conversações diretas com Israel”, considerou.
Raslan Abu Rukun enfatizou ainda a importância que a embaixada dá “à posição clara de se manter firme e denunciar todas as tentativas de boicote, aqui em Portugal e em qualquer lugar”.
No dia 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia, o Comité de Solidariedade com a Palestina anunciou que mais de 40 fotógrafos portugueses, professores de fotografia e estudantes de fotografia tornaram público o seu compromisso de não aceitar convites ou financiamentos profissionais do Estado de Israel e a sua recusa em “colaborar com instituições culturais israelitas cúmplices do regime de ocupação, colonialismo e apartheid”.
Segundo a mesma fonte, os fotógrafos, entre os quais João Pina, vencedor do prémio estação Imagem 2017, e Nuno Lobito, “mantêm o boicote até Israel cumprir o direito internacional e respeitar os direitos humanos dos palestinianos”.
Este compromisso dos fotógrafos, professores e estudantes de Fotografia portugueses “segue iniciativas semelhantes de boicote cultural a Israel por centenas de artistas de relevo nos EUA, Reino Unido, África do Sul, Canadá, Suíça e França”.
O Comité de Solidariedade com a Palestina recordou que “muitos artistas de fotografia palestinianos tiveram os seus vistos recusados pelo exército de ocupação [de Israel], impedindo-os de participar em conferências e apresentações internacionais”.
“Artistas também foram detidos em postos de controlo, encarcerados, tendo o equipamento destruído e, no geral, são expostos à mesma violência perpetrada pelo exército israelita contra todos os palestinianos”, afirmou a plataforma.
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