Num encontro em Sderot, sul de Israel, os ministros dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, e eslovena, Tanja Fajon, transmitiram ao homólogo israelita, Eli Cohen, condolências pelos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro, que fizeram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, enquanto deploraram também o elevado número de mortos na Faixa de Gaza resultado dos ataques israelitas.

“Quero apresentar as nossas mais profundas condolências e a nossa solidariedade a todos aqueles que sofreram estas atrocidades e esta violência às mãos do Hamas no dia 07 de outubro. Todo o Estado português, toda a população portuguesa estão solidários”, declarou o governante português.

Sobre a situação em Gaza, Gomes Cravinho sublinhou que as autoridades portuguesas estão “extremamente preocupadas e perturbadas com o elevado número de vítimas civis”, salientando a necessidade de procurar uma solução além da militar.

“É muito importante passar do militar para o diplomático, da violência para a paz e criar uma dinâmica que nos permita construir uma paz sustentável para o futuro com uma solução de dois Estados. Sabemos que isso leva tempo, mas estamos profundamente convencidos de que, no final do dia, não será uma solução militar, terá de ser também uma solução diplomática”, comentou.

Por seu lado, a ministra Tanja Fajon considerou que “cada vida inocente é uma vida a mais”.
“Estamos unidos no apoio a Israel, lutando juntos contra o terrorismo e contra todas as formas de extremismo”, disse a governante eslovena.

A chefe da diplomacia da Eslovénia enalteceu o início, esta manhã, de uma trégua de quatro dias, acordada entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, fazendo votos de que sejam libertados “todos os reféns mantidos pela organização terrorista”.

“Ao mesmo tempo, estamos muito chocados, por vermos tantos civis inocentes a serem mortos [em Gaza] desde 07 de outubro, tantas mulheres e crianças”, lamentou, sublinhando a “importância do respeito pelo Direito internacional humanitário”.

“Não pode haver uma solução militar para garantir a paz e a estabilidade na região e nós queremos apoiar Israel nos seus esforços para alcançar a segurança”, declarou, antes de assinalar: “A única garantia para a segurança de Israel é também a solução pacífica, a solução de dois Estados, que pode levar ao reconhecimento da Palestina. Temos de trabalhar em prol de uma paz justa e duradoura na região”.

Na resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, garantiu que Israel retomará a guerra após a trégua e “até que sejam eliminados todos os terroristas do Hamas”.

A trégua de quatro dias entrou em vigor às 07:00 de hoje (05:00 em Lisboa) após mais de um mês e meio de guerra, como parte de um acordo para libertar 50 reféns em troca de 150 prisioneiros palestinianos.

A guerra eclodiu quando membros do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, na maioria civis, e fazendo reféns, incluindo bebés, mulheres e idosos, bem como soldados. Espera-se que o Hamas exija um grande número de prisioneiros em troca dos soldados.

Os bombardeamentos israelitas em Gaza, agora na sétima semana, fizeram até agora neste enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.