“Estou satisfeito por ter sido reintegrado no Partido Trabalhista e gostava de agradecer aos elementos do partido, aos sindicalistas e a todos os que ofereceram solidariedade”, escreveu Corbyn na rede social Twitter, ao início da noite de hoje.

Corbyn apelou também, através do mesmo ‘tweet’, à união para combater o atual Governo britânico “Conservador altamente prejudicial” para o país.

Contudo, a reintegração do antigo líder do Partido Trabalhista foi criticada pela comunidade judaica.

Corbyn foi suspenso durante três semanas depois de ter dito que o problema de antissemitismo do partido tinha sido “dramaticamente exagerado” por razões políticas.

Ao comentário do antigo dirigente partidário seguiu-se um relatório de uma organização britânica responsável pela avaliação do grau de igualdades em instituições, no qual é dito que havia “falhas significativas” e uma “falta de liderança” no modo como o partido de centro-esquerda lidou com as alegações de antissemitismo entre elementos daquela força política.

Jeremy Corbyn retratou-se, entretanto, e disse que as preocupações de antissemitismo no Partido Trabalhista não eram “exageradas” e que o partido “nunca deveria tolerar o antissemitismo ou menosprezar preocupações” sobre o assunto.

Depois da divulgação do relatório da Comissão dos Direitos Humanos, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, prometeu “uma mudança de cultura” naquela força política, acrescentando que não haveria “mais negações ou escusas”.

Contudo, a decisão foi criticada pelo Movimento Trabalhista Judaico, que considerou que Corbyn foi “despachado” pelo comité que decidiu a reintegração.

“Mais uma vez, encontramo-nos na posição de ter de lembrar ao Partido Trabalhista que Jeremy Corbyn não é uma vítima do antissemitismo do partido. Os judeus é que são”, acrescentou o grupo, em comunicado citado pela Associated Press (AP).

A legisladora dos trabalhistas Margaret Hodge disse, através de um ‘tweet’, que este é “um desfecho desfeito de um sistema desfeito”.

“Não consigo compreender porque é que é aceitável Corbyn ser um deputado do Trabalhista se acha que o antissemitismo é exagerado e um ataque político, recusa pedir desculpa, nunca assume responsabilidade pelas suas ações e rejeita as conclusões” do relatório, acrescentou Margaret Hodge.