"O Governo tem responsabilidades próprias, quando tiver de decidir, pode decidir. Com a subida do salário mínimo começam profissionais de outros escalões a ser apanhados, entre aspas, por esse pequeno aumento do salário mínimo. Isto é um problema que se vai acentuar ao não haver resposta e uma devida valorização geral dos salários", advertiu o líder comunista.
Jerónimo de Sousa respondia a perguntas dos jornalistas após uma reunião com a administração do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, em Lisboa, seguida de visita às instalações.
"Precisamos que sejam repostas as carreiras e consequentemente do aumento dos salários, agora que se fala muito do aumento do salário mínimo nacional. Devia haver a preocupação da valorização geral dos salários, particularmente do salário médio. Sem essa valorização dos salários, sem isso, não há essa resposta cabal. São medidas urgentes", sustentou.
Para o secretário-geral comunista, esta "é uma questão que não pode ser afunilada apenas para a concertação social".
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, manifestou-se hoje confiante de que será possível alcançar um acordo em sede de concertação social sobre a evolução do salário mínimo para 2020. A nova titular da pasta está hoje em reuniões com os parceiros sociais, preparando a reunião de quarta-feira da Comissão Permanente de Concertação Social. O Governo definiu como objetivo subir dos atuais 600 para os 750 euros de salário mínimo em 2023.
No IPO, Jerónimo de Sousa defendeu a contratação de mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde.
Destacou "as potencialidades numa área tão sensível como a da oncologia, em que as coisas funcionam mesmo com os tais problemas clássicos da falta de profissionais nalgumas áreas", referindo-se particularmente aos assistentes operacionais.
O secretário-geral comunista defendeu ainda a recente iniciativa legislativa do PCP para a gratuitidade de medicamentos para maiores de 65 anos, através da produção nacional através de laboratórios do Estado, a fim de atenuar o "drama" de reformados e pensionistas de terem de "escolher entre comida e remédios".
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