"Estamos profundamente preocupados com o desfecho previsível que é entregar este grande banco, o terceiro banco maior de Portugal, a um fundo de investimento. Vai-se entregar um banco a uma entidade estrangeira. Queremos dizer que claramente estamos contra estre processo", disse Jerónimo Sousa.

O secretário-geral do PCP disse temer, "para além da perda dos milhares de milhões de euros investidos pelo Estado", as "consequências" para os trabalhadores do Novo Banco, nomeadamente no que diz respeito aos direitos e garantias destes.

"E mais uma vez o Estado vai ficar sem um instrumento precioso na medida em que com o controlo público do Novo Banco, a par da Caixa Geral de Depósitos, ficaríamos com um instrumento público poderoso no quadro do apoio do desenvolvimento da economia, famílias, pequenos empresários", referiu.

Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão solene de homenagem ao famalicense Lino Lima, advogado de Vila Nova de Famalicão, militante do PCP, e membro da Oposição Democrática à ditadura do Estado Novo, reagiu assim às últimas informações sobre a venda do Novo Banco.

"Era a altura ideal para este processo se verificar no quadro do controlo público", concluiu o líder dos comunistas.

Na segunda-feira, o Banco de Portugal (BdP) anunciou ter selecionado o fundo norte-americano Lone Star para uma "fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco".

Oficialmente, na corrida à compra do Novo Banco estava ainda o fundo norte-americano Apollo/Centerbridge, que tem sido muito discreto no posicionamento sobre este tema.

O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de agosto de 2014, e que está em processo de venda.

Também na segunda-feira, em Bruxelas, o ministro das Finanças português, Mário Centeno, confirmou que a venda do Novo Banco está a evoluir e que a decisão do BdP de negociar exclusivamente com a Lone Star é "apenas mais um passo".

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