"Anda mal o PS se procura a solução para os problemas com o PSD e o CDS-PP em vez de romper com as políticas do passado de exploração e empobrecimento do povo e de afundamento do país", reafirmou hoje Jerónimo de Sousa, em Beja, no almoço regional do Alentejo para comemorar os 97 anos do PCP e que, segundo o partido, juntou mais de mil pessoas.
Segundo Jerónimo de Sousa, também "anda mal o PS quando dá cobertura e credibilidade, com a sua ação e a sua orientação, à campanha de branqueamento de responsabilidades em curso do PSD e do CDS-PP como se apresentarem nos seus recentes congressos".
O líder do PCP voltou hoje a dizer que "está em curso" uma "convergência em novos domínios, dos fundos comunitários à descentralização, dando expressão a uma espécie de Bloco Central, não formal, não por escrito, mas informal, entre PS e PSD, com a nomeação de interlocutores das partes e com o PSD a ousar já propor a revisão da própria Constituição da República, invocando questões de Justiça, mas tendo na cabeça a alteração das leis eleitorais".
Trata-se de "uma convergência que se tem vindo a desenvolver com novas aproximações em matérias centrais do interesse do grande capital" e "ficou bem patente no bloco da oposição que formaram PS, PSD e CDS-PP", na quarta-feira passada, na Assembleia da República, "contra as propostas do PCP de alteração das normas gravosas do Código do Trabalho e da legislação laboral da administração pública".
Jerónimo de Sousa lembrou tratar-se de normas "que foram introduzidas pelo Governo PSD/CDS-PP em 2003, pioradas pelo Governo PS de maioria absoluta em 2009, agravadas pelo Governo PSD/CDS-PP em 2014 e mantidas até agora pelo atual Governo minoritário do PS".
"A opção do PS mostra que há muito a fazer para remover a velha política que indistintamente governos de uns e de outros levaram à prática no país", defendeu, considerando que "o posicionamento do PS e da sua convergência com o PSD e o CDS" é "significativo" e "não pode deixar de ser reconhecido como um momento marcante desta nova fase da vida política nacional".
Segundo Jerónimo de Sousa, a convergência "mostra que o Governo e o PS, tal como o PSD e o CDS-PP, querem consolidar o retrocesso que foi imposto aos trabalhadores portugueses e a clara necessidade de os trabalhadores continuarem a luta e darem mais força ao PCP para que os seus direitos sejam defendidos".
Na nova fase da vida política nacional, é também "significativo" o "processo de reaproximação e de assumida articulação e procura de consensos envolvendo o conjunto dos partidos responsáveis pela governação que conduziu o país à grave situação de fragilidade e atraso económico em que se encontra".
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