“Esta proposta está avaliada, ponderada em termos de custos, e nós consideramos que todos ganhariam se este projeto-lei fosse concretizado. Todos ganhariam no sentido que, mesmo o aumento da oferta, levaria inevitavelmente a outros ganhos”, assinalou Jerónimo de Sousa, em declarações à Lusa, numa ação na estação dos comboios de Alverca.
O líder comunista defendeu a criação de “melhores condições para que os utentes dos transportes públicos vejam a sua vida facilitada”, apelando à aprovação do diploma apresentado pelo seu partido na Assembleia da República.
O projeto-lei do PCP para alargar a utilização do passe social intermodal a todos os transportes públicos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto baixou na sexta-feira à comissão parlamentar especializada, estando agora agendada a votação para dia 28 de outubro no plenário da Assembleia da República.
Para Jerónimo de Sousa, esta iniciativa pretende igualmente que existam “mais utentes nos transportes públicos”, o que passa, necessariamente, pela “baixa de preços”.
O líder dos comunistas frisou que o projeto-lei já esteve em apreciação em 17 câmaras municipais da Área Metropolitana de Lisboa e em mais de 54 freguesias, nas quais houve “um grande consenso e apoio”.
Jerónimo de Sousa desafiou os mesmos autarcas a estarem presentes na Assembleia da República a 28 de outubro para assistirem à votação, sublinhado que num primeiro debate, realizado a 20 de setembro último, nem PS, nem Bloco de Esquerda, ou os partidos da direita, “subscreveram esta iniciativa legislativa, ao contrário do que aconteceu com as autarquias da área metropolitana”.
“De qualquer forma, vamos insistir. Demonstrem que não temos razão e que a proposta não é credível, nem viável”, exortou o líder comunista, lembrando que o abaixo-assinado que decorreu esta manhã na estação da CP de Alverca foi “uma demonstração cabal de que é uma iniciativa ponderada, justa e necessária”.
Hoje, na ação do PCP, recolheram-se, entre as 07:30 e as 08:30, cerca de 200 assinaturas de apoio à causa do passe social intermodal para que este seja alargado a todos os operadores de todas as carreiras de toda a área metropolitana de Lisboa.
À Lusa, Lígia Justino, uma das subscritoras do abaixo-assinado em defesa do passe social intermodal, revelou que “é uma boa iniciativa juntar todos os títulos num só passe”, sublinhando que se deve lutar por isso, já que poderá beneficiar todos os utentes.
Também Susana Arnault explicou à Lusa que usa o comboio todos os dias e que o percurso que fazia até à estação de Alverca demorava anteriormente 40 minutos e hoje demora uma hora e meia.
“Todos os dias isto. É muito complicado. Há uma vasta descentralização, é bom que haja esta relação entre as várias forças para ficarmos a ganhar a todos os níveis, incluindo o ambiental”, contou, sublinhando que está a tentar utilizar os transportes públicos, apesar de ter concluído que, feitas as contas, gastaria menos fosse para o trabalho no seu carro, que é económico e amigo do ambiente.
“As pessoas, se calhar, vão dizer que vão aumentar ainda mais [os preços dos passes] para terem uma relação qualidade/preço. Penso que não há essa necessidade. As linhas já existem, as infraestruturas também, convém é mantê-las e, ao haver um investimento e ao convidar mais pessoas para as usar, conseguimos todos ter uma melhor qualidade e todos podemos usufruir”, concluiu.
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