"É um começo e significa um bom caminho, mas a exigir uma luta permanente e prolongada. Seria iludir esses trabalhadores vir hoje para a comunicação social dizer que já está, que já conseguimos abrir as portas. Sim, algumas portas foram abertas, na administração pública. Falta ainda no setor privado", disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista, que falava a cerca de duas centenas de ativistas e dirigentes sindicais da Fequimetal - Federação Intersindical da Metalurgia, Metalomecânica, Minas, Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás, num almoço que decorreu na Quinta da Atalaia, no Seixal, mostrou-se satisfeito com as notícias hoje divulgadas sobre a disponibilidade do Governo para promover a integração de cerca de 100 mil trabalhadores precários na administração pública, mas advertiu que o combate contra a precariedade vai exigir uma "luta permanente".
"Não tenhamos ilusões. Mais do que levantar bandeiras de triunfo, o que devemos dizer é que estamos, de facto, nesse bom caminho, mas dizer aos trabalhadores com vínculo precário: contem com a continuação da nossa luta, porque contamos também com o vosso empenhamento, a vossa disponibilidade, a vossa luta, para acabar com essa praga dos vínculos precários", disse.
Os vínculos precários “visam atingir os salários e os horários de trabalho", acrescentou Jerónimo de Sousa, lembrado que "já Marx referia estes dois elementos como aferidores do grau de exploração dos trabalhadores", acrescentou o dirigente comunista.
No encontro com sindicalistas, Jerónimo de Sousa reafirmou a ideia de que o PCP deu "um contributo decisivo" para a atual solução governativa do país e disse que um novo Governo PSD/CDS-PP, após as legislativas de outubro do ano passado, teria inviabilizado a recuperação de direitos dos trabalhadores que se tem verificado nos últimos meses.
Jerónimo de Sousa afirmou, ainda, que não vê necessidade de renovar o acordo celebrado com o PS, deixando claro que o PCP vai respeitar o compromisso que assumiu, mas que continuará a votar a favor de tudo o que seja em prol dos interesses dos trabalhadores e a votar contra tudo aquilo que os prejudique.
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