"Queria aqui afirmar que não conhecemos os fundamentos que levaram à demissão do ministro. Passou a ser um problema do ministro da Defesa e, naturalmente, do primeiro-ministro, como principal responsável do Governo", disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista respondia a jornalistas, após uma sessão dos "Colóquios (Re)Partidos", organizados pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ) junto das diversas forças políticas, desta feita no centro de trabalho Vitória do PCP, em Lisboa, e imediatamente depois de se saber da saída do Governo de Azeredo Lopes.
Jerónimo de Sousa sublinhou ser "prudente aguardar para conhecer os fundamentos que levaram a tal decisão".
O secretário-geral comunista afirmara, há dias, que o PCP não condena nem absolve ninguém prematuramente, referindo-se ao Ministro da Defesa e ao Chefe do Estado-Maior do Exército, quando questionado sobre a polémica do furto de armamento dos paióis nacionais de Tancos, posterior reaparecimento e eventual encobrimento por parte da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se hoje do Governo para evitar que as Forças Armadas (FA) sejam "desgastadas pelo ataque político" e pelas "acusações" de que disse estar a ser alvo.
"Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas FA fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela", referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a agência Lusa teve acesso.
O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, "direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou entretanto a exoneração de Azeredo Lopes e aguarda a proposta de um sucessor no cargo por parte do primeiro-ministro, António Costa.
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