No debate parlamentar quinzenal, Jerónimo de Sousa confrontou ainda o chefe do Governo socialista em relação à Parceria Público-Privada (PPP) do Grupo Mello Saúde em Braga, pedindo o seu fim e reversão do hospital para o serviço público, e António Costa assegurou que o privado entendeu que não queria continuar a gestão e, "nesse caso, o Estado irá assumir a gestão dessa unidade hospitalar", em virtude da "desistência".
"Sobre a Europa, não vou dizer mais. É conhecido que cada um está na sua e creio que dificilmente nos convenceremos mutuamente nessa matéria. O que é importante é que conseguimos demonstrar, já por três anos consecutivos, apesar dos constrangimentos e oportunidades, que a União Europeia (UE) nos permite, conseguimos ter quatro anos de recuperação de rendimentos, clara melhoria da qualidade de vida do povo e fortalecimento dos serviços públicos", disse o primeiro-ministro.
Jerónimo de Sousa tinha desafiado o líder socialista sobre "que opção vai fazer o Governo", se "vai continuar a dar prioridade às exigências da UE ou à resposta aos problemas do país" e se "vai dar a reposição de rendimentos e direitos por concluída ou assumir que há ainda muito caminho por fazer na valorização do trabalho e dos trabalhadores".
"Não acreditamos, aliás, que seja possível resolver os problemas efetivos do nosso país sem uma participação ativa na UE. É a participação no euro que nos permite ter estabilidade financeira e ter condições de financiamento que não teríamos. É a participação na UE que nos permite ter o financiamento da política de coesão e de convergência", salientou Costa, admitindo que também "há custos", mas "não é desistindo ou saindo" que se resolve o problema, "é estando lá e lutando".
O secretário-geral do PCP afirmou que "as forças políticas que advogam o primado do negócio na prestação dos cuidados de saúde têm desenvolvido uma campanha contra o Serviço Nacional de Saúde que visa a sua destruição", procurando "incutir a ideia de que o Estado falhou", que "se vive uma situação de caos generalizado" e "é preferível transferir ainda mais uns milhares de milhões de euros para os grupos privados".
"Pôs o dedo na ferida, há obviamente uma campanha orquestrada pela direita e grandes interesses económicos através dos instrumentos de propaganda que têm para a criação da ideia do caos", concordou António Costa, defendendo que "a solução não é andar para trás nem privatizar".
[Notícia atualizada às 12:31]
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