“Hoje fizemos um requerimento, através do parlamento, para que o senhor ministro da Administração Interna possa responder quantos peregrinos estão sem paradeiro neste momento, se é possível termos alguma ideia da sua localização e de quais os trajetos migratórios – se forem migratórios – que estão a seguir para o continente europeu”, disse André Ventura.
O líder do Chega falava à margem de uma arruada no Funchal, na Madeira, onde se encontra para uma visita de três dias, até quinta-feira, no âmbito da preparação para as eleições legislativas regionais de 24 de setembro.
Comentando o facto de 106 peregrinos angolanos e cabo-verdianos não terem comparecido na diocese de Leiria-Fátima, André Ventura considerou que o ministro José Luís Carneiro deve criar condições para que as forças de segurança os localizem rapidamente.
“Espero que o senhor ministro da Administração Interna, de hoje para amanhã e até ao final da semana, permita que as forças de segurança tenham os meios necessários – especialmente o SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] e a Polícia Judiciária – para encontrar estas pessoas e que as possam devolver aos seus países em condições de segurança, com rapidez e com eficácia”, declarou.
Na segunda-feira, as autoridades indicaram ter tomado “medidas de monitorização” sobre os 106 peregrinos angolanos e cabo-verdianos que não compareceram na diocese de Leiria-Fátima, embora não sejam considerados desaparecidos, divulgou o Sistema de Segurança Interna.
Este grupo composto por 106 peregrinos de nacionalidade cabo-verdiana e angolana estava “devidamente inscrito” na Jornada Mundial da Juventude e entrou “regularmente e por via aérea em território nacional”, destacou o Sistema de Segurança Interna, em comunicado.
No entanto, os peregrinos não realizaram o ‘check-in’ na diocese de Leiria-Fátima, conforme estava previsto, acrescentou.
Na Madeira, o líder do Chega reconheceu não ser possível organizar um evento da dimensão da JMJ sem riscos, realçando que o partido procurou, por isso, alertar para o facto de haver situações que não estavam a ser acauteladas.
“O tempo da crítica e da apreciação acabou. Agora, é tempo de estarmos juntos para que corra bem e que o evento seja um sucesso para Portugal”, disse, reforçando que “o que é importante é que isto corra bem e que até ao fim da jornada nenhuma questão de segurança ou de pressão migratória se coloque”.
André Ventura reagiu, por outro lado, às críticas que lhe são feitas por não estar presente na receção ao Papa Francisco, em Lisboa, afirmando que escolheu deslocar-se à Madeira devido às eleições legislativas regionais, agendas para 24 de setembro.
“Eu entendi que, dado o contexto em que estamos, em que há eleições na Madeira em setembro e em que tantos problemas temos para resolver, que entre estar numa cerimónia e estar junto das pessoas e das preocupações da região autónoma, que eu devia fazer uma escolha. E foi essa escolha que fiz e por isso decidi vir”, explicou.
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