O embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Domingos Fezas Vital, considerou que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) garante ao país uma “enorme visibilidade internacional” e destacou a “admirável força anímica” do Papa Francisco.
“Trata-se do acontecimento de maior dimensão que alguma vez teve lugar no nosso país, garantindo a Portugal uma enorme visibilidade internacional, durante um longo período, com todas as vantagens que daí podem decorrer”, afirmou à agência Lusa Domingos Fezas Vital.
A JMJ realiza-se entre 01 e 06 de agosto, em Lisboa, com o Papa Francisco, sendo esperadas um milhão de pessoas, naquele que é o maior evento da Igreja Católica.
Depois do Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Cidade do Panamá (2019), esta é a quarta JMJ a que preside Francisco.
A deslocação a Portugal, que inclui no dia 05 a presença no Santuário de Fátima pela segunda vez (a primeira foi em 2017), para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia, é a sua 42.ª viagem apostólica fora de Itália.
Dos encontros em que esteve com o Papa, o diplomata português, que apresentou cartas credenciais em 05 de março de 2022, realçou o “gosto pelo diálogo” e a “disponibilidade para ouvir” de Francisco.
“É alguém que nos faz desejar que a conversa nunca acabe”, declarou em respostas por escrito à Lusa, destacando ainda “a sua admirável força anímica, tão presente na resistência ao sofrimento, sem nunca perder o bom humor”.
Questionado sobre as relações diplomáticas entre a Santa Sé e Portugal, Domingos Fezas Vital assinalou que são “multisseculares a que ambas as partes sempre atribuíram a maior relevância e que são hoje caracterizadas por uma extrema cordialidade e respeito mútuo”.
“Gostaria de destacar gestos e decisões recentes, todos eles extremamente positivos e reveladores do grande apreço com que Portugal é visto pelo Papa, em particular, e pela Santa Sé, em geral”, adiantou, exemplificando a recente visita a Portugal do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, número dois do Vaticano, para presidir às celebrações de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima.
O diplomata referiu também “decisões, como a declaração como veneráveis de duas religiosas portuguesas, a Irmã Lúcia e a Irmã Maria do Monte Pereira, ou ainda a elevação ao cardinalato de D. Américo Aguiar, isto para não falar, claro, da JMJ”.
Questionado sobre a Concordata, Domingos Fezas Vital esclareceu que “as questões relativas à interpretação e aplicação da Concordata são tratadas no quadro de uma Comissão Paritária onde têm assento representantes do Estado português e da Santa Sé, e sempre que há dúvidas estas têm sido dirimidas, num clima de grande cordialidade e cooperação”.
A Concordata é o tratado que regula as relações entre o Estado e a Santa Sé. Foi assinada em maio de 2004.
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