Esta foi uma das conclusões da reunião do Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que decorreu hoje na Póvoa do Lanhoso, no distrito de Braga.

Em comunicado, a LBP refere que os conselheiros nacionais aprovaram ainda um voto de pesar pelas vítimas dos incêndios florestais ocorridos em 17 de junho de 2017, há seis anos, tendo feito “um minuto de silêncio em sua memória”.

Além disso, deliberaram mostrar “profunda preocupação pela falta de diálogo” que tem existido entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a LBP no que diz respeito à Jornada Mundial da Juventude, e exigir “um plano de subvenção para com as associações humanitárias de bombeiros voluntários e para com os bombeiros especificamente para o evento”.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 1 e 6 de agosto e são esperados cerca de 1,5 milhões de pessoas, quase três vezes a população da cidade de Lisboa, contando ainda com a presença do papa Francisco.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A LBP repudiou ainda que a “ANEPC não tenha dialogado com a LBP sobre as condições administrativas, critérios de seleção e enquadramento operacional dos bombeiros que integram a força conjunta no combate aos incêndios no Canadá” e lamentou que “até ao momento não tenha sido possível ajustar os valores das indemnizações ou despesas dos seguros de acidentes pessoais dos bombeiros voluntários, em particular no que diz respeito a tratamento de queimados”.

O Conselho Nacional deliberou ainda exigir “que o diploma regulamentar do SIOPS [Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro] seja revisto de imediato no que diz respeito à participação dos bombeiros nos Centros de Coordenação operacional, incluindo a LBP de pleno direito e não como convidada sujeita ao livre arbítrio da ANEPC”.

A Liga dos Bombeiros Portugueses deliberou também saudar os bombeiros que participaram no corrente ano em missões internacionais, incluindo os que integram a força conjunta no combate aos incêndios no Canadá, reconhecendo o valor e abnegação à causa, e o ministro da Saúde “pela disponibilidade que tem tido no sentido de encontrar os mecanismos de ajustamento dos valores praticados no transporte de doentes urgentes e não urgentes, mas exigir que os serviços descentralizados e os hospitais liquidem com a máxima urgência os valores em dívida cujo prazo de vencimento seja superior a 60 dias”.

Saudou também todos os bombeiros que vão integrar os dispositivo de combate a incêndios deste ano 2023 e o dispositivo da Jornadas Mundial da Juventude 2023, que se realiza em Lisboa durante a primeira semana de agosto, desejando que “uma vez mais estejam à altura das suas missões, demonstrando que os bombeiros são uma força única, imprescindível e insubstituível no socorro em Portugal”.

A LBP lamenta ainda que, “por razões meramente administrativas, ainda existam despesas extraordinárias em dívida para com as AHBV referente a anos na anteriores”, considerando inaceitável que não haja capacidade da ANEPC para a resolução imediata de todas as situações identificadas.