Num armazém de grandes dimensões situado na zona do Vale da Rosa, em Setúbal, centenas de jovens e menos jovens fazem desde o passado dia 1 de julho a assemblagem dos ‘kits’, constituídos por uma mochila, uma t-shirt vermelha ou verde, um chapéu do estilo `Panamá´e uma garrafa de água.

“Estava em casa e perguntaram-me se eu queria ajudar a fazer ‘kits’ para a Jornada Mundial da Juventude. E eu aceitei. É uma experiência muito boa, é muito bom ajudar os outros, saber que o nosso trabalho vai contribuir para alguém”, disse à agência Lusa Sidney Mendonça, de 19 anos, da Casa do Gaiato, em Setúbal, integrado numa verdadeira linha de montagem de ‘kits’ para peregrinos da JMJ.

A jovem escuteira Íris Major, de 18 anos, decidiu ajudar na assemblagem de ‘kits’ por se tratar de uma oportunidade para “conhecer pessoas e ajudar a comunidade”.

“Vim pelos escuteiros. Ouvimos falar e decidimos vir ajudar. E até agora tem sido muito bom. Agora estamos apenas oito escuteiros, mas ainda vêm mais. Estou a divertir-me, tenho conhecido bastantes pessoas, pessoas de vários lugares. Tem sido muito giro”, disse.

Maria Xavier, de 19 anos, já estava inscrita como voluntária para a Jornada Mundial da Juventude, mas não resistiu ao pedido para ajudar também na assemblagem de ‘kits’ em Setúbal.

“Venho de Lisboa e faço parte da paróquia do Campo Grande e do Movimento Verbum Dei (movimento que se dedica à divulgação da fé cristã e a dar mais visibilidade à igreja). É um grupo de jovens de que gosto muito. Eles convidaram-me e cá estou eu”, disse.

Segundo Liliana Ribeiro, coordenadora da operação de assemblagem dos ‘kits’ da JMJ, trata-se de uma operação que conta com a disponibilidade de mais de 500 pessoas, a maioria jovens, e que deverá ficar concluída até ao próximo domingo.

“Isto é uma operação logística enorme, um grande desafio. Nós aqui estamos a assemblar todos os ‘kits’ para a Jornada Mundial da Juventude – cerca de meio milhão de ‘kits’ de sete tipos diferentes, para diferentes grupos”, disse à agência Lusa Liliana ribeiro.

“Diariamente nós temos quase sempre entre 100 e 150 pessoas a trabalhar, sendo que as pessoas têm uma alta taxa de rotatividade (turnos de seis horas). No total, já contamos com mais de 500 pessoas inscritas na nossa bolsa de voluntários”, acrescentou.

Segundo Liliana Ribeiro, entre os voluntários desta operação logística há “gente de todas as idades, de vários movimentos, várias congregações e várias empresas”.

Vasco Condado, católico praticante e pai de cinco filhos, já estava inscrito nas famílias de acolhimento dos peregrinos, mas decidiu ajudar também como voluntário na grande operação logística que está a decorrer em Setúbal.

“O que eu tenho feito, no fundo, é a parte do controlo de processos, tentar otimizar os processos, para que isto tenha eficácia e tenha o rendimento de que nós precisamos para fazer este meio milhão de kits”, esclareceu.

“Temos aqui uma mão-de-obra alegre e fácil, porque há cada vez mais generosidade. E, se calhar, com a aproximação da data [da JMJ], essa generosidade é duplicada. Nos últimos dias, face ao elevado número de voluntários, até duplicámos as linhas de montagem dos ‘kits'”, concluiu Vasco Condado.