"Nós tivemos uma lição fundamental ao longo destes últimos meses: é que na hora do aperto foi e é com o Serviço Nacional de Saúde que nós podemos contar", afirmou aos jornalistas, após ter visitado o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel.

Aquela unidade hospitalar esteve sob forte pressão nas últimas semanas devido ao elevado número de doentes com covid-19, o que obrigou à transferência de alguns utentes para outras unidades.

Recordando as últimas semanas, o candidato apoiado pelo PCP recordou que outros [hospitais privados] "puseram-se ao fresco e desertaram do combate pela saúde dos portugueses". E acentuou: "Não pudemos não contar com eles".

João Ferreira insistiu na necessidade de investir no SNS, contratando mais profissionais, tendo mais meios complementares de diagnóstico e "reforçando a capacidade das unidades, seja dos hospitais, seja dos centros de saúde".

"Não faz sentido continuar a desviar recursos públicos que fazem falta para isto tudo para sustentar um negócio privado que nós já percebemos que na altura do aperto não podemos contar com o que dali vem", argumentou.

Para João Ferreira, "alguém que se candidate às funções de Presidente da República tem de perceber que a Constituição diz claramente que o direito à saúde dos portugueses se assegura através do SNS público, geral, universal e tendencialmente gratuito".

"Esta deve ser a preocupação do Presidente da República e não estar, de alguma forma, a abrir caminho, a caucionar o desvio de recursos que fazem falta ao SNS", indicou.

Sobre a situação em concreto do CHTS, o candidato, que hoje se reuniu com a administração daquela unidade, liderada por Carlos Alberto Silva, recordou que se tratou de um hospital que "esteve sob uma fortíssima pressão em resultado da covid-19 e do elevado número de casos que apareceram na região, que o hospital serve".

Anotou, contudo, haver "um conjunto de preocupações relacionadas com isto, mas também com tudo o resto, ou seja, com as repostas que normalmente o hospital já teria e terá de dar".

"Algumas delas acumularam-se durante a primeira e agora a segunda fase, no plano das consultas, no plano das cirurgias, que não podem deixar de ter resposta", defendeu.