As obras do novo edifício, orçadas em 30 milhões de euros e que permitirão garantir o funcionamento do IPO no centro de Lisboa num horizonte temporal de 15 a 20 anos, estavam previstas arrancar este ano na sequência da assinatura em janeiro de 2017 um protocolo entre a instituição e a Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Em entrevista à agência Lusa, a propósito dos 95 anos do IPO de Lisboa, que se assinalam no sábado, o novo presidente da instituição, João Oliveira, disse que seria “uma espécie de presente centenário” a sua construção, que já está planeada e que “tem vindo a merecer conversações” com a autarquia, que já integrou o edifício no “arranjo que está previsto para o enquadramento da praça de Espanha”.
No edifício a construir, o IPO pretender reunir consultas externas, serviços de atendimento não programado, central de colheitas, laboratórios, hospital de dia de adultos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, fisioterapia, laboratórios, unidades técnicas de gastroenterologia, pneumologia, urologia, dermatologia e ainda a dádiva de sangue.
“É uma construção que esperamos que seja uma realidade e para a qual já existe uma parte do financiamento avançada, mas ainda precisa de mais elementos para se concretizar”, disse o presidente do instituto, que assumiu o cargo em novembro.
Segundo João Oliveira, “já existem diversos contactos”, mas “há partes do financiamento que ainda não estão asseguradas”, sendo esse “o principal problema a resolver”.
Sobre os 95 anos do instituto, que nasceu do sonho e do trabalho do médico Francisco Gentil, João Oliveira disse que são “uma data que não pode deixar de ser celebrada” e que vai servir de preparação e de lançamento das celebrações dos 100 anos do IPO.
“Temos a intenção de rodear estas comemorações de diversas iniciativas de caráter científico, mas também marcar a renovação que tem vindo a ocorrer, e que queremos intensificar, das instalações e das estruturas do instituto, acompanhadas de algumas formas organizacionais que pretendemos melhorar”, adiantou.
As iniciativas previstas são a constituição de uma Comissão Organizadora, com personalidade do IPO e da sociedade civil, a criação do Prémio Científico de Investigação em Oncologia Francisco Gentil, uma conferência internacional sobre cancro, a modernização da Imagem do IPO e o lançamento de um novo ‘website’ e materiais informativos dirigidos aos doentes
Várias obras estão a decorrer no IPO de Lisboa para melhorar a resposta aos doentes, como a construção de um novo bloco operatório e de uma nova Unidade de Transplante de Medula, que estarão concluídas em 2019.
“O edifício novo é importante, mas todas estas obras que temos em curso ou projetadas são desafios, porque nos dias de hoje não é fácil manter os prazos, manter os custos, manter a funcionalidade das instalações durante as obras, porque não podemos parar”, e sem prejudicar os doentes”.
Além das instalações, existem “objetivos relacionados com a sustentabilidade económica, financeira, social e até ambiental” com “o aprofundamento do caráter de referência do instituto em relação ao Serviço Nacional de Saúde, com o reforço do reconhecimento e da maneira como o IPO é visto pelos restantes membros da sociedade”.
“É para nós muito importante criar formas de organização no atendimento dos doentes que sejam simples e eficazes porque tudo o que hoje existe para pôr ao serviço dos doentes com cancro rodeia-se de uma enorme complexidade que obriga a gerir-se bem as trajetórias dos doentes, a subsidiariedade de uns atos em relação a outros, sem nunca perder de vista a utilidade que tenham efetivamente para os doentes”, disse João Oliveira.
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