Numa nota publicada hoje no ‘site’ da Presidência, o chefe de Estado envia condolências à família e invoca a militância cívica do coronel destacando, “em particular, a sua consistente luta contra a ditadura constitucionalizada antes do 25 de abril de 1974”.

O coronel João Varela Gomes foi ator do golpe de Beja contra a ditadura do Estado Novo, um militar de Abril de 1974 e um dos últimos a depor armas no 25 de Novembro de 1975, no fim da revolução.

Polémico e frontal, protagonizou uma das tentativas de derrube do regime fascista, no primeiro dia do ano de 1962, com o assalto ao quartel de Beja, em que ficou gravemente ferido e foi julgado em 1964 pelo tribunal plenário.

Depois do 25 de Abril de 1974, foi reintegrado no Exército e uma das figuras centrais da 5.ª Divisão, dependente do Estado Maior das Forças Armadas e encarregada de organizar as campanhas de dinamização cultural, associada à chamada “esquerda militar” e à extrema-esquerda.

Associado à chamada "esquerda militar", com ligações ao PCP, participou ativamente nos movimentos contra o golpe do 11 de Março de 1975 e o movimento do 25 de Novembro, no mesmo ano, que ditou o princípio do fim da "Revolução dos Cravos".

Passou à clandestinidade e fugiu de Portugal, primeiro para Espanha, depois para Cuba e Angola, onde viveu até 1979, ano em que regressou, ainda antes de ser publicada uma amnistia para os implicados no 11 de Março e do 25 de Novembro.