Bruno Mendes, elemento da claque Super Dragões, afeta ao FC Porto, terá de pagar uma caução de 5.000 euros nas próximas duas semanas, tendo a juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decretado ainda como medida de coação que os arguidos fiquem proibidos de contactar entre si e com testemunhas do processo.

Fonte policial disse anteriormente à Lusa que, à época dos factos, três jogadores representavam o Oriental, um o Penafiel e outro o Académico de Viseu, acrescentando que as ações investigadas dizem respeito sobretudo à época 2014/15, mas também à temporada 2015/16, durante as quais estes clubes alinharam na II Liga de futebol.

Segundo a mesma fonte, estas detenções e a constituição de outros oito arguidos estão relacionadas com uma rede asiática de viciação de resultados, nomeadamente com ligações a empresários malaios.

Em comunicado entretanto divulgado pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa (TJCL), pode ler-se que os futebolistas Hugo Grilo, Tiago Mota e Pedro Mendes, ex-jogadores do Oriental, Tiago Costa, antigo futebolista do Académico de Viseu, e Tiago Rosa, ex-atleta do Penafiel, ficam suspensos da “profissão/atividade de jogador de futebol em equipas das I e II ligas nacionais de futebol e do campeonato de Portugal”.

Os seis homens, detidos na quarta-feira pela Polícia Judiciária e presentes hoje a primeiro interrogatório judicial, ficam também proibidos de contactar com suspeitos, arguidos e testemunhas nos autos, enquanto Bruno Mendes fica também sujeito ao pagamento de uma caução de 5.000 euros no prazo de 15 dias, refere a nota do TJCL.

Tiago Mota e Hugo Grilo estão indiciados de corrupção passiva e de associação criminosa em competição desportiva, ambos os crimes em coautoria.

Pedro Mendes está indiciado pelo crime de apostas desportivas à cota de base territorial fraudulentas.

Tiago Rosa é suspeito de seis crimes de corrupção passiva em competição desportiva e Tiago Costa está indiciado por dois crimes de corrupção ativa em competição desportiva.

Bruno Mendes, elemento da claque Super Dragões, é suspeito de seis crimes de corrupção ativa em competição desportiva.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, a PJ adiantava que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da operação ‘Jogo duplo’, na qual, em maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.

A investigação decorre há cerca de um ano e tem como objeto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do ‘match fixing’ (viciação de resultados) de competições oficiais de futebol.

Na segunda fase da operação ‘Jogo Duplo’, além dos seis detidos, a PJ efetuou 16 buscas domiciliárias em diversas localidades, nomeadamente Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde e apreendeu diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa.

Na primeira fase da operação de combate à corrupção no desporto, tornada pública em 14 de maio do ano passado, 15 pessoas, entre os quais alguns futebolistas, foram detidas por suspeita de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol”, com recurso ao aliciamento de jogadores.

Neste processo investigam-se “factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva”, envolvendo como suspeitos “dirigentes e jogadores de futebol” e outras com “ligações ao negócio das apostas desportivas”, adiantava, na ocasião, um comunicado do Ministério Público.

Destes 15 detidos, três ficaram em prisão preventiva.

[Notícia atualizada às 20:21]