Jorge Moreira da Silva acredita no PSD como alternativa de poder e quer vencer as eleições no partido, a 28 de maio, para depois ganhar as próximas legislativas e pôr em prática o plano de desenvolvimento que tem para Portugal. Sabe que tem um longo caminho pela frente, mas considera que terá mais possibilidades do que o seu opositor, Luís Montenegro, de ganhar a liderança do PSD, desde logo porque nunca foi a jogo e porque tem a seu favor o facto de ter estado longe das disputas internas que abriram feridas no partido.
E está convencido de que dará ao PSD mais hipóteses de vencer eleições nacionais, porque está mais bem preparado: é ex-ministro, já foi deputado europeu e era atualmente diretor da área da Cooperação para o Desenvolvimento na OCDE, para onde entrou por concurso público.
Ao PSD promete avançar com uma revisão estrutural e mudar as sua linhas programáticas - a acontecer será a quarta mudança em 48 anos -, dar mais poder aos militantes e acrescentar à lógica residencial (PSD Lisboa ou PSD Porto ou PSD Setúbal) uma lógica temática (PSD Saúde, PSD Ambiente, PSD Segurança Social) e orientar o partido por causas.
Ao país garante escrutínio, alternativa e uma oposição dinâmica. A começar pela constituição de um governo sombra, que será apresentado um mês depois das eleições do partido, no Congresso de 1, 2 e 3 de julho, que fará marcação cerrada aos ministros e secretários de Estado de António Costa. Com um spoiler alert: "aqueles que trouxer para o governo sombra são aqueles que, se tudo correr bem, serão ministros".
Defende que "é preciso tirar o Estado da economia em áreas onde as empresas fazem o seu papel", quer discutir uma reforma fiscal sem preconceitos e acredita num Estado mais forte naquelas que são para si as áreas de soberania, como a Justiça, a Defesa ou a Segurança Social. Quer serviços de excelência na Saúde ou na Educação, mas a "progressiva liberdade de escolha dos consumidores". E compromete-se a cumprir a meta de 0,7% do PIB em ajuda pública ao desenvolvimento, porque "o que não investimos na prevenção dos conflitos acabamos por pagar com crises humanitárias".
Recusa qualquer tipo de diálogo ou acordo com o Chega, mas tem algo a dizer aos quase 400 mil eleitores que votaram no partido: percebemos a mensagem. Entende que as pessoas estejam "descrentes" em relação à política - "apenas 17% dos portugueses confiam nos partidos, apenas 40% das pessoas confiam no Estado e apenas 39% confiam na Justiça" - e afirma que "é preciso mudar de vida". Primeiro dentro, depois fora do partido.
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