“Para onde quer que olhamos é difícil ter esperança, mas é preciso que ela exista”, afirmou, ao intervir na conferência sobre “Democracia e Resiliência”, organizada pelo Clube de Lisboa e g7+ (grupo de 20 países), que decorreu hoje na capital portuguesa.
Ao lado do também antigo Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão, Jorge Sampaio assinalou: “Não podemos prescindir das instituições permanentemente alimentadas e ‘ajudadas’ a cumprir o seu papel”.
Apelando à responsabilidade de todos, das forças cívicas e políticas, o antigo Presidente afirmou que é necessário reformular e renovar, face às mudanças globais das últimas três décadas, começando pelas instituições, que na sua opinião “não dão resposta às aspirações das pessoas”. Por isso, admitiu: “Há uma grande descrença nas instituições políticas”.
Considerou que ao olhar-se para o parlamento, para os sindicatos ou para o pessoal político verifica-se “que há uma renovação extremamente lenta”. E, começando pelos partidos, defendeu que estes “têm de se renovar”, precisando para isso de se abrir.
As organizações profissionais também se preocupam mais com os seus interesses comuns do que com os gerais, referiu.
Isto tudo, lembrou, num momento em que deixou de haver uma potência única, para um grupo de pequenas e grandes potências, o que, considerou, alarga os riscos globais e se “torna perigoso”.
Combater a “iliteracia política e cívica” e conseguir mais e melhor educação adaptada à realidade, são igualmente batalhas que disse defender.
A Justiça e a separação de poderes foi um aspeto que o antigo Presidente também apontou, apelando à necessidade de transparência.
Vencer estes desafios, considerou, “não é fácil”, mas passa por alimentar todos os dias uma visão aberta ao desconhecido e por cada um ter um objetivo pessoal e nacional, concluiu.
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