José Ornelas falava à agência Lusa depois de ter sido anunciado no Panamá, onde decorreram até hoje as 34.ªs Jornadas Mundiais da Juventude, que Lisboa receberá o evento católico em 2022.

“É uma alegria e uma grande responsabilidade. Espera-se para cima de um milhão de jovens. Mas é também uma grande oportunidade de mobilizar a nossa Igreja e os nossos jovens, de nos abrimos a uma perspetiva mundial válida que leva os jovens a olharem para o futuro com esperança e alegria de se encontrarem”, disse.

O bispo de Setúbal explicou que toda a Igreja estará envolvida na preparação e logística do evento, mas que a sua diocese, pela proximidade com Lisboa e interação com dos dois lados do rio Tejo, estará na primeira linha de colaboração.

“A diocese de Setúbal está a preparar-se. O assunto vai ser objeto de uma programação da conferência episcopal, que vai envolver todas as dioceses, mas particularmente as vizinhas de Lisboa serão mais diretamente implicadas na logística, sobretudo no acolhimento dos imensos jovens que vão chegar a Portugal”, disse.

O bispo José Ornelas disse ainda que nesta preparação os jovens devem estar na primeira linha da organização da JMJ.

Relativamente à diocese de Setúbal, que engloba as paróquias da margem sul do Tejo até Setúbal, o bispo explicou que é uma das zonas mais jovens do país, mas também de acolhimento de pessoas de vários pontos do mundo.

“É com esta juventude que temos de trabalhar. Queremos que a nossa juventude seja um padrão de desenvolvimento para o futuro. Que não se alheie. Temos de ser gente que acolhe e a Jornada Mundial da Juventude é um fórum mundial de jovens que procuram um rumo para o futuro, que mostram capacidade de sonho de intervenção e de colaboração solidária”, disse.

“É bom que os nossos jovens se sintam em casa a receber outros com dignidade, confraternidade e solidariedade. É esse mundo que nós queremos que se possa construir e que as Jornadas Mundiais possam dar a colaboração especifica para esse mundo mais fraterno e solidário”, frisou.

Lisboa vai receber em 2022 as JMJ, consideradas o maior evento organizado pela Igreja Católica.

O anúncio foi feito na missa de encerramento das JMJ, que hoje terminam na Cidade do Panamá, presididas pelo papa Francisco, pelo prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, organismo do Vaticano que organiza as JMJ com um comité local, Kevin Joseph Farrell.

Na sua conta no Twitter, o papa Francisco escreveu: “A vocês, queridos jovens, um muito obrigado por #Panama2019. Continuem a caminhar, continuem a viver a fé e a compartilhá-la. Até Lisboa em 2022”.

Numa conferência de imprensa na Cidade do Panamá, depois de o Vaticano ter anunciado a escolha de Lisboa para acolher a JMJ, o presidente do município de Lisboa, Fernando Medina, declarou que “a localização mais que provável é a zona junto ao Tejo, que abrange quer o município de Lisboa quer o de Loures”, realçando ser “uma zona muito bem servida do ponto de vista de acessibilidades”.

Fernando Medina esclareceu que “é natural que um evento, com a densidade, com a importância, com o número de pessoas que tem”, se distribua “por muitos outros pontos ao longo do mês que vai antecedendo a parte final das jornadas”.

Neste aspeto, admitiu que vai exigir uma “mobilização da área metropolitana”, dos vários municípios, dioceses, associações e entidades, e, em Lisboa, “de múltiplos sítios onde vários eventos vão poder acontecer”.

Fernando Medina acrescentou que a organização das jornadas vai passar por atividades e eventos em vários pontos da cidade, antes da grande concentração final.

Antes, Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures indicou à Lusa que a localização das JMJ em 2022 será no Parque Tejo, junto ao Parque das Nações.