O prestigiado jornal norte-americano venceu na categoria de Investigação, com um trabalho sobre a indústria dos táxis em Nova Iorque, e também nas categorias de Jornalismo Internacional, sobre o regime do Presidente russo, Vladimir Putin, e Comentário (para Nikole Hannah-Jones).
O jornal diário regional Anchorage Daily News e o meio independente ProPublica venceram o prémio de Serviço Público por uma série de reportagens feitas no Alasca, sobre a falta de policiamento e a violência sexual. A ProPublica, sem fins lucrativos, venceu também na categoria de “Reportagem Nacional”, com um trabalho sobre os acidentes na Marinha.
Quatro jornalistas do diário The Seattle Times foram distinguidos também na categoria “Reportagem Nacional”, pelo trabalho sobre os erros técnicos dos aviões Boeing 737 MAX, que causaram acidentes em outubro de 2018, na Indonésia, e março de 2019, na Etiópia, matando 346 pessoas.
O jornal The Courier-Journal of Louisville, no estado do Kentucky, foi distinguido na categoria de Última Hora, pela cobertura sobre desigualdade racial nas amnistias concedidas pelo governador local.
O jornal The Washington Post venceu na categoria de “Reportagem Aprofundada”, com uma série de trabalhos sobre a crise climática.
O prémio para Reportagem Áudio, atribuído pela primeira vez, distinguiu os trabalhos “This American Life”, publicado no Los Angeles Times, e “The Out Crowd”, publicado no Vice News.
A agência Associated Press venceu o prémio de Fotografia (com os fotojornalistas Dar Yasin, Mukhtar Khan e Channi Anand), pelas imagens captadas em Caxemira, região na Índia com sete milhões de habitantes, durante a repressão que impôs o recolher obrigatório e bloqueou as comunicações telefónicas e de internet.
O anúncio dos Pulitzer estava marcado para 20 de abril, mas os membros do júri, muitos deles a cobrirem a pandemia enquanto repórteres, precisaram de mais tempo para avaliar os trabalhos a concurso.
“Anunciamos os vencedores dos Pulitzer em tempos profundamente conturbados”, constatou, no discurso de anúncio dos prémios, a administradora dos Pulitzer, Dana Canedy.
“Nesta época de uma incerteza sem precedentes, uma coisa temos como certa: o jornalismo nunca para”, assinalou.
“Apesar dos ataques implacáveis à verdade objetiva, dos esforços coordenados para minar a imprensa livre da nossa nação e os ventos económicos adversos, os jornalistas continuam a buscar e a divulgar factos e verdades essenciais para nos manter seguros e proteger a nossa democracia. Eles estão a arriscar – e muitas vezes a perder — as suas vidas num momento em que as suas palavras, imagens e revelações são mais necessárias à nossa democracia do que nunca”, frisou.
É também numa altura como esta que as artes e as letras — um livro, um poema, uma canção, uma peça de teatro — confortam e unem as pessoas, acrescentou Dana Canedy.
Nas artes e letras, Colton Whitehead conseguiu um feito inédito, vencendo, pela segunda vez, o prémio Ficção, com o livro “The Nickel Boys”. Na categoria de Não-ficção, venceram ex-aequo Greg Grandon, com “The End of the Myth”, e Ann Boyer, com “The Undying”.
O musical “A Strange Loop”, de Michael R. Jackson, venceu na categoria de drama, enquanto Benjamin Moser conquistou o prémio Biografia, com um trabalho sobre Susan Sontag.
W. Caleb McDaniel venceu a categoria História, com “Sweet Taste of Liberty”, e Jericho Brown foi distinguido em Poesia, com “The Tradition”.
Na Música, venceu a ópera “The Central Park Five”, de Anthony Davis.
O júri dos Prémios Pulitzer anunciou ainda uma nova distinção, em homenagem a Ida B. Wells, jornalista de investigação, sufragista e feminista afroamericana, que atribuirá 50 mil dólares a quem seguir os passos da sua “corajosa cobertura da violência horrenda e cruel contra os afroamericanos durante a era dos linchamentos”.
A entrega dos prémios, que tradicionalmente se realiza na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, em maio, foi adiada para o outono, devendo a data ser anunciada mais tarde.
Os Prémios Pulitzer, considerados os mais prestigiados para o jornalismo nos Estados Unidos, foram atribuídos pela primeira vez em 1917.
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