“Quando nós sentimos termos razão nas nossas opções, poderemos até estar sozinhos na defesa dessas opções, porque não é pelo número de apoios que se tem que se valida a razão de uma causa, razão de um ideal de sociedade e do país”, disse José Luís Carneiro à margem de uma cerimónia que participava como ministro da Administração Interna.

O candidato a substituir António Costa na direção do PS frisou que não queria falar de “questões da vida interna” do seu partido numa cerimónia oficial.

José Luís Carneiro, conotado como pertencente à ala moderada do PS, apresentou a sua candidatura na semana passada e na segunda-feira foi a vez de Pedro Nuno Santos, associado a uma ala mais esquerdista, numa cerimónia em que esteve acompanhado por muitos apoiantes, nomeadamente Francisco Assis, considerado de uma tendência interna mais à direita.

Na apresentação feita por Pedro Nuno Santos, estiveram também presentes o ministro da Educação, João Costa, a presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Luísa Salgueiro, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, os ex-secretários de Estado Hugo Mendes e João Paulo Rebelo, o líder da JS, Miguel Costa Matos, e a sua antecessora neste cargo Maria Begonha.

Na sede nacional do PS, estavam dezenas de deputados, entre eles os vice-presidentes da bancada Rui Lage, Carlos Pereira, a constitucionalista Isabel Moreira, e líderes federativos deste partido como Hugo Costa (Santarém), João Portugal (Coimbra), Eduardo Vítor Rodrigues (Porto), Luís Testa (Portalegre), entre outros.

As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro — em simultâneo com a eleição de delegados — e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.

O ministro da Administração Interna esteve, precisamente, esta manhã, acompanhado pelo ministro da Educação na edição de 2023 do Exercício Público de Sensibilização para o Risco Sísmico, denominado “A Terra Treme”.

“Para além de estarmos aqui enquanto ministros e não enquanto militantes do Partido Socialista une-me ao José Luís Carneiro uma profunda amizade e um profundo respeito”, disse João Costa, assegurando que “aconteça o que acontecer esta profunda amizade e respeito não são minimamente beliscados”.

Ao seu lado, José Luís Carneiro garantiu não haver qualquer desconforto por não ter este apoio e, “antes pelo contrário”, que “um dos grandes apoios do senhor Ministro [da Educação] é uma bengala” que lhe ofereceu.