“A União Europeia (UE) manifesta a sua profunda preocupação com o projeto de lei da UNRWA [Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos no Médio Oriente] atualmente em debate no parlamento israelita”, afirmou Josep Borrell, alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, em comunicado.
A Comissão de Negócios Estrangeiros e Defesa do parlamento israelita, o Knesset, deu `luz verde´ em 06 de outubro à implementação de um projeto de lei que, se for aprovado, poderá levar à suspensão das atividades da UNRWA.
Neste sentido, Borrell salientou que o projeto de lei, a ser aprovado, “teria consequências desastrosas, impedindo a agência das Nações Unidas de continuar a prestar os seus serviços e a proteção aos refugiados palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental e Gaza”.
“A UE insta as autoridades israelitas a garantirem que a UNRWA seja autorizada a continuar a realizar o seu trabalho”, salientou o chefe da diplomacia europeia.
Em março, Israel alegou que “um número significativo” de trabalhadores da UNRWA eram “membros de organizações terroristas”, embora uma investigação externa tenha concluído, cerca de um mês depois, que as autoridades israelitas não tinham fornecido provas suficientes para fundamentar as alegadas ligações terroristas.
A UNRWA presta serviços “essenciais” a milhões de pessoas em Gaza, na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e em toda a região, incluindo o Líbano, a Síria e a Jordânia, e “é um pilar da estabilidade regional”, sublinhou o responsável da diplomacia da UE.
“Também desempenha um papel crítico na garantia das condições no terreno para um caminho credível para a solução de dois Estados”, acrescentou.
O atual conflito na região começou no dia 07 de outubro de 2023, quando cerca de mil combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.
As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram cerca de 41.500 pessoas e forçaram quase dois milhões de pessoas a fugir de casa, segundo as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.
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