O incidente ocorreu em Tsuen Wan e o estudante foi transportado para o hospital para ser ser alvo de cirurgia, num dia em que se registaram dezenas de feridos e mais de meia centena de detenções, numa cidade onde é possível observar pequenos incêndios e um cenário de destruição do espaço publico e em alguns edifícios associados ao regime chinês.

Em Yau Ma Tei, uma das zonas críticas onde se verificaram confrontos, agentes da polícia foram mais uma vez obrigados a disparar balas para o ar, depois de terem sido cercados e atacados por manifestantes.

A própria força de segurança anunciou às 17:10 (10:10 em Lisboa) que tinha iniciado operações para dispersar os manifestantes, que participavam em protestos ilegais, e de detenções em múltiplos distritos em Hong Kong.

O maior protesto decorreu na ilha de Hong Kong e juntou pelo menos dezenas de milhares de manifestantes, no dia em que se assinalam os 70 anos da fundação da República Popular da China.

Mas os episódios de violência ocorreram a norte do território, onde, com o fecho de 28 estações de metropolitanos, suspensão de autocarros e com bloqueios de estradas efetuados pelas autoridades, muitos ficaram impedidos de participar na maior manifestação, que já tinha sido proibida pela polícia.

A zona central da ilha de Hong Kong foi alvo de uma carga policial em Admiralty e em Central, durante a qual foram efetuadas novas detenções.

Apesar de a polícia ter proibido manifestações no dia nacional da China, multiplicaram-se os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território.

O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de junho.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

A transferência da soberania de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas".

Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial chinesa foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.