“Neste momento, as limitações do concurso aberto preocupam-nos, porque representam constrangimentos para a continuidade do plano de ação atual e mais ainda para a execução da nova estratégia. Acreditamos vivamente que reduzir o apoio concedido ao projeto Portugal Fashion seria um desperdício de recursos, esforços e capital, colocando em causa todo o trabalho realizado até aqui e todas as conquistas até aqui alcançadas”, disse o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Adelino Costa Matos.
À margem da semana da moda de Nova Iorque, evento que termina na próxima quarta-feira e no qual a moda portuguesa está presente através do Portugal Fashion, Adelino Costa Matos disse que o trabalho realizado por aquele projeto da ANJE para promover a moda nacional, poderá ser “colocado em causa” se a verba vier a ser reduzida para o próximo triénio 2017-2019.
Questionado pela Lusa sobre se a ANJE estima conseguir os mesmos oito milhões de euros de apoios dos fundos comunitários para o triénio 2017-2019, que obteve no triénio 2015/2017, Adelino Costa Matos explicou que o projeto que tem em mãos para o novo triénio “é mais abrangente e ambicioso do que o projeto atual”, o que “conduzirá certamente a necessidades acrescidas de investimento”.
Na página da Internet do Portugal 2020, na lista de operações aprovadas reportadas a 30 de novembro de 2016, pode ler-se que o Portugal Fashion teve um fundo total aprovado de oito milhões de euros, para o triénio 2015/2017, para "desenvolvimento e aplicação de novos modelos empresariais para as Pequenas e Médias Empresas, "especialmente no que respeita à internacionalização".
“O Portugal Fashion alcançou resultados que estão à vista de todos os ‘players’, nomeadamente contribuiu para a imagem de modernidade do nosso país, para a alteração de paradigma da nossa indústria têxtil - hoje assente em fatores de competitividade como ‘design’, marketing, valor acrescentado, etiqueta ‘made in Portugal’, tecnologia -, para o aumento das nossas exportações”, explicou Adelino Costa Matos.
O presidente da ANJE avançou à Lusa que o Portugal Fashion quer envolver mais ‘players’, mais marcas e mais áreas de atividade associadas ao ‘design’ e à criatividade para se afirma como um “catalisador” do cruzamento de diferentes formas de criação.
“O Portugal Fashion (PF) promove muito mais do que a moda nacional. O projeto concebe toda a sua estratégia sob o desígnio de potenciar a imagem externa de Portugal, associando o país aos conceitos de modernidade, inovação, irreverência, ‘design’, empreendedorismo e cultura”, acrescenta.
O presidente recorda que o Portugal Fashion apoia a indústria e as empresas no setor específico da moda, através da ligação às associações setoriais, como a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Associação Portuguesa Ind. Calçado Componentes Artigos Pele Sucedaneos (APICCAPS), joalharia, através da colaboração com a AORP e a Câmara Municipal de Gondomar.
“O nosso objetivo é estimular um envolvimento crescente dos players setoriais, potenciando também sinergias com os setores complementares ao setor têxtil e de vestuário, bem como com outras áreas associadas ao ‘lifestyle’ e às indústrias criativas”.
A NYFW, que arrancou na quinta-feira passada, termina na quarta-feira e ao longo do evento está prevista uma média de 30 a 50 desfiles por dia, onde passaram ou vão marcas como Mickael Kors, Alexander Wang, Jill Stuart, Calvin Klein, Desigual, Banana Republic + Olivia Palermo, Eva Longoria Collection.
Hoje, a moda portuguesa vai estar representada nos Pier 59 Studios pelo 'designer' Miguel Vieira, que vai apresentar pelas 17:00 (22:00 em Lisboa) a nova coleção intitulada "30 Th - Miguel Vieira Private Collection" em honra dos 30 anos de carreira.
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